As canções de acasalamentos desta espécie de baleia são tão complexas quanto jazz

Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

As noites de inverno em meio ao gelo do ártico não são tão silenciosas quanto se poderia supor: sob a grossa camada de água congelada, baleias-da-Groenlândia cantam músicas de acasalamento capazes de impressionar os cientistas.

A oceanógrafa Kate Stafford, chefe do estudo que identificou a cantoria das baleias, declarou que “se o canto das baleias-jubarte lembra a música clássica, o das baleias-da-Groenlândia é como o jazz. A forma é mais livre, e nenhuma das músicas se repetiu ao longo dos anos. A cada inverno, os animais tinham uma nova série de canções”.

A principal diferença entre os cantos das baleias-da-Groenlândia em relação aos das jubartes é que, no caso das jubartes, todos os machos da mesma população cantam canções parecidas, se não iguais. Já entre as baleias-da-Groenlândia, cada indivíduo é capaz de criar a própria música.

A pesquisa durou quatro anos, entre 2010 e 2014, e reuniu 184 canções diferentes. Os animais cantam quase que sem parar, de novembro a abril, durante o inverno do ártico, quando o sol nunca aparece, e quando acontece a temporada de acasalamento das baleias-da-Groenlândia.

De acordo com Stafford, os microfones subaquáticos não captaram nenhum canto durante os meses em que as baleias não estão acasalando, o que ajuda a indicar que as músicas são mesmo ligadas à procura por uma parceira. Resta saber se é uma maneira de os machos competirem entre si, para ver quem é o mais dominante, ou uma maneira direta de atrair as fêmeas.

Ouça alguns dos cantos das baleias-da-Groenlândia abaixo:

It turns out bowhead whales are the jazz singers of the Arctic. They produce more songs than their humpback cousins and they improvise. Read https://t.co/b3iBfEWJcT and listen: pic.twitter.com/rV2W0EZ0jz

— AP Health & Science (@APHealthScience) April 4, 2018