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A reportagem de capa publicada na semana passada pela revista Época causou manifestações contundentes da sociedade civil, de médicos e até do Ministério da Saúde.
Em uma longa matéria, a revista tratava da chegada do PrEP, Profilaxia Pré-Exposição, como responsável pela queda do uso da camisinha. Distribuído em 11 estados brasileiros, o medicamento é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde dezembro passado.
“A outra pílula azul. O novo medicamento que está fazendo os gays abandonar a segurança da camisinha,” com esta manchete a reportagem de Danilo Thomaz pretendia abordar o assunto.
Mas, o intuito de tratar o combate e a prevenção ao vírus HIV em contexto nacional e global acabou caindo por terra, principalmente após a acusação de preconceito e desserviço para o processo feita por um dos entrevistados.
“Uma manchete que vai contra todos os resultados dos estudos realizados no Brasil, já publicados em revistas internacionais, que só pode ter sido baseada em sensacionalismo. O texto da matéria não é nada melhor,” escreveu em sua página do Facebook o médico infectologista Ricardo Vasconcelos.
A revista Época está sendo acusada de desserviço no combate ao vírus HIV
Os primeiros registros de AIDS datam de 1981, tempo em que graças a desinformação, a doença era vista como terminal. Porém, exercendo o papel de contribuir para disseminação de conhecimento por meio do parecer de especialistas na área de saúde, a imprensa foi fundamental para a mudança de cenário.
Com o aumento de notícias sobre a possibilidade de se conviver com a doença e os avanços das pesquisas e nos métodos preventivos, como o uso de camisinha, o HIV foi deixando de lado a fantasia de bicho papão.
Porém, Após uma série de registros positivos sobre o controle da AIDS, o Brasil vive outro momento preocupante. Enquanto boa parte dos países apresentam decréscimo no número de soropositivos, o país sul-americano registrou aumento de 3% nos casos em 2017 de acordo com a UNAids, órgão das Nações Unidas dedicado ao tema.
Para Ricardo Vasconcelos, a revista Época atrapalha o progresso do programa de implementação da PrEP, além de disseminar uma visão preconceituosa e que reforça os estereótipos de promiscuidade contra gays.
“Repleta de equívocos que reforçam estigmas sobre temas que já estão soterrados de preconceitos, como por exemplo o fato analisado com julgamento moral de que gays são promíscuos, ou que somente os gays precisam se preocupar com HIV. Informa de maneira errada sobre o que é PrEP e PEP, troca nomes de entrevistados e joga no lixo tudo o que conversamos em horas de explicação.
Quando me dispus a ajudar a revista pretendia fazer a informação correta sobre a estratégia de prevenção chegar ao máximo de potenciais beneficiários possível, para quebrar impressões automáticas negativas e fazer finalmente a epidemia de HIV desacelerar no Brasil.”
Quem também manifestou sua irritação com a reportagem de Época foi o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da Saúde.
Por meio de nota, o órgão demonstrou perplexidade com um texto que “envereda por um terreno minado de insinuações, julgamentos e estigma e que confunde o leitor com a desinformação”.
Citando nomes como o infectologista Ricardo Vasconcelos, o Ministério da Saúde aponta ainda uma defasagem nos dados sobre os grupos de risco escritos pela revista Época.
“Ademais, ao insinuar que grupos de risco – termo felizmente em desuso desde a década de 1990 – são disseminadores de infecções sexualmente transmissíveis (IST) como o HIV, a revista reforça estigmas há muito superados, após décadas de luta e trabalho. Além disso – e não menos grave –, a matéria coloca em cheque a confiabilidade das novas tecnologias de prevenção hoje existentes no país”.
Em seu site oficial, a revista Época se defendeu das acusações apontando a visão de leitores que culpavam o politicamente correto “por evitar debater que a incidência de HIV em homens gays é absurdamente maior que nos outros estratos, inventando que não existe grupo de risco”.
Por fim, o texto diz ter reproduzido na íntegra as respostas dadas por Ricardo Vasconcelos e que se pautou apenas por fatos. “A revista esclarece que priorizou o debate sobre a mudança de comportamento entre homossexuais masculinos porque nesse estrato houve aumento dos casos de infecção nos últimos anos, conforme dados oficiais”.
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