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Você interage 2.617 vezes com o celular por dia. E isso pode ser ansiedade e depressão

16 • 04 • 2018 às 10:13
Atualizada em 16 • 09 • 2019 às 20:24
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Essa matéria que você está lendo possivelmente chegou até você durante um desses vários momentos em que simplesmente passamos o tempo rolando nosso timeline a esmo, interagindo com o smartphone para passar o tempo. São raros os momentos em que conseguimos simplesmente não fazer nada – esperar, ficar só, olhar a rua ou uma situação sem a interação de um aparelho tecnológico hoje em dia – e, segundo pesquisa, isso pode indicar um quadro ansiedade e até depressão.

Um estudo da Universidade Estadual de San Francisco, na Califórnia (EUA), sugere que interagimos em média 2617 vezes com os smartphones por dia. Tal impressionante número significa que gastamos cerca de 145 minutos diários (ou 2 horas e 25 minutos) se relacionando com tais aparelhos. O pânico diante da possibilidade de não interagir com um smartphone pode ser tão constante e intenso que já tem nome: nomofobia.

Segundo o estudo, pode se tratar de um vício comparável até mesmo ao em opiáceos ou remédios – e o mesmo se dá sobre o vício em redes sociais. E os sintomas se agravam com o uso intenso: a pesquisa confirma que pessoas que usam com mais intensidade tanto os aparelhos quanto as redes sociais se sentem mais sozinhas, ansiosas e até deprimidas. A dificuldade de relaxar, descansar e se regenerar também se agravam. A culpa, no entanto, segundo o estudo, não é dos usuários propriamente, mas das próprias empresas que, visando o lucro com a maior interação, investem pesadamente em notificações, vibrações, alertas e tantos outros estímulos que seduzem os usuários.

A solução, portanto, não seria necessariamente abandonar os smartphones ou as redes sociais, mas sim estabelecer limites e horários – para responder e-mails e mensagens, por exemplo, assim como deixar um pouco o telefone de lado quando se estiver com outras pessoas ou em casa, fora do horário de trabalho. O estudo contou com a participação de 135 estudantes da universidade.

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