Inspiração

A história da catadora de lixo que contou com o filho de 11 anos para aprender a ler e escrever

17 • 05 • 2018 às 12:42
Atualizada em 17 • 05 • 2018 às 12:48
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Mãe de sete filhos a catadora de lixo Sandra Maria de Andrade ficou sem saber ler e escrever até os 42 anos de idade. Abandonada pela mãe a mulher foi obrigada a priorizar o trabalho ante os estudos.

Ao longo da vida Sandra fez de tudo um pouco, atuou na lavoura, fazendo faxina e na fase adulta, depois de ter sido agredida pelo marido, se sentiu desconfortável por não saber escrever nem o próprio nome.

Após de ter frequentado sem sucesso uma turma de jovens adultos Sandra Maria, moradora da periferia de Natal, capital do Rio Grande do Norte, contou com a ajuda do filho de 11 anos para superar as dificuldades.

A história do aprender coletivo entre mãe e filho

Dia após dia Damião Sandriano de Andrade Regio chegava da escola com livros emprestados pela biblioteca e lia ao lado da mãe. Com o avanço da leitura Sandra começou a escrever as primeiras letras e formar palavras.

“Eu tomava banho, deitava na rede, ele vinha e me chamava para ler. Eu queria ver os desenhos, mas também queria aprender as letras. Ficava curiosa”, conta em entrevista publicada pela BBC Brasil.

O tempo passou e hoje, quase dois anos depois do início da parceria, a dupla já leu mais de 100 livros e Sandra tirou uma nova carteira de identidade, desta vez com seu nome assinado.

Agora Sandra tem um RG com a sua assinatura

Infelizmente o analfabetismo ainda é uma realidade que atinge 7,2% da população de 15 anos ou mais. Segundo o IBGE o Brasil possui 11,8 milhões de analfabetos. A desigualdade permanece como um dos fatores principais. No Sudeste a taxa de pessoas que não sabem ler e escrever é de 3,8%, já no Nordeste o número salta para 14,8%, a maior do Brasil.

O racismo estruturante também deixa sua contribuição no cenário. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que negras e negros respondem por quase 10% dos analfabetos, enquanto o déficit entre os brancos é de 4,2%.

Publicidade

Fotos: Reprodução/TV Globo


Canais Especiais Hypeness