Ciência

China está criando sistema capaz de induzir formação de nuvens de chuva

15 • 05 • 2018 às 06:37
Atualizada em 15 • 05 • 2018 às 10:03
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Já imaginou se um país estivesse enfrentando problemas de abastecimento de água por causa da falta de chuva e simplesmente criasse uma máquina que fizesse as nuvens se formarem? Pode parecer coisa de outro mundo, mas está bem próximo de acontecer na China.

O Planalto do Tibete é uma das principais fontes de água chinesas, abrigando as nascentes dos três maiores rios do país, Yangtze, Mekong e Rio Amarelo, que fluem através de China, Índia, Nepal, Laos e Myanmar. Mas a falta de chuva e os altos índices de poluição das águas fazem com que os chineses estejam sujeitos a racionamentos.

A alternativa encontrada pelo governo chinês é um equipamento capaz de induzir a formação de nuvens de chuva. Chamado de Tianhe, algo como “Rio Celeste”, trata-se de uma câmara que queima determinados combustíveis, produzindo iodeto de prata, que é liberado na atmosfera.

As correntes de vento levam as partículas de iodeto de prata para cima, a até cinco mil metros sobre o nível das montanhas tibetanas. Essas moléculas funcionam então como uma espécie de ímã de umidade, atraindo o vapor de água e formando as nuvens.

Esse método, conhecido como “cloud seeding”, algo como “semeadura de nuvens”, já foi testado em outros locais, como os Estados Unidos e a Rússia, mas sempre em pequena escala. Na China, a ideia é instalar câmaras em uma área de mais de 1,6 milhão de quilômetros quadrados, mais que toda a região sudeste do Brasil.

Um cientista envolvido no projeto, que preferiu não se identificar, contou ao South China Morning Post que já foram instaladas mais de 500 câmaras para realizar os testes, e que às vezes chovia ou nevava quase que instantaneamente após os equipamentos serem ligados.

Mas há uma grande dúvida pairando sobre o projeto: alguns cientistas defendem que não é possível criar a chuva do nada: as moléculas que formam as nuvens na região tibetana não são criadas pelas câmaras, apenas agrupadas graças ao iodeto de prata. Ou seja, o aumento da precipitação por ali pode significar a diminuição em outras localidades.

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Foto de capa: Pixabay (Creative COmmons CC0)

Foto do equipamento: Reprodução/Governo chinês)


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