Debate

Ex-detento denuncia campos de reeducação de muçulmanos na China

17 • 05 • 2018 às 15:22
Atualizada em 17 • 05 • 2018 às 15:23
Kauê Vieira
Kauê Vieira   Sub-editor Nascido na periferia da zona sul de São Paulo, Kauê Vieira é jornalista desde que se conhece por gente. Apaixonado pela profissão, acumula 10 anos de carreira, com destaque para passagens pela área de cultura. Foi coordenador de comunicação do Projeto Afreaka, idealizou duas edições de um festival promovendo encontros entre Brasil e África contemporânea, além de ter participado da produção de um livro paradidático sobre o ensino de África nas Escolas. Acumula ainda duas passagens pelo Portal Terra. Por fim, ao lado de suas funções no Hypeness, ministra um curso sobre mídia e representatividade e outras coisinhas mais.

Capitaneado por ações dos Estados Unidos, países da Europa Ocidental e Israel, o mundo elegeu o islamismo extremo como alvo. A falta de discernimento entre os significados da religião e os que usam o nome de Alá para cometer atrocidades gera casos absurdos como os chamados campos de reeducação na China.

O jornal norte-americano The Washington Post noticiou que o país, com quase 1 milhão de muçulmanos em custódia, força os seguidores do islã a quebrarem preceitos básicos da religião em um processo tortuoso de lavagem cerebral.

Segundo relatos obtidos pela publicação os detentos são obrigados a comer carne de porco e ingerir álcool, itens proibidos entre os seguidores do islamismo, como ações preventivas das autoridades contra a proliferação da religião no país.

Estima-se que perto de 1 milhão de muçulmanos vivam sob custódia na China

“A pressão psicológica é enorme, você precisa se auto-criticar, ir contra suas convicções e de seu grupo étnico”, descreve em entrevista à agência AP Omir Bekali, ex-detento de um dos campos.  

Diariamente Bekali e outras pessoas mantidas sob custódia se viam obrigadas a seguir esta nova doutrina instaurada pelo governo comunista chinês e em caso de recusa restava suportar 24 horas sem comida ou na solitária.

Espalhados em cidades do oeste chinês como Pequim e Xangai, os campos de detenção de muçulmanos considerados extremos já se tornaram alvo de investigações de países como os Estados Unidos, que criou inclusive uma comissão para apurar o assunto

Até o momentos autoridades chinesas preferem manter o silêncio e se recusam a dar declarações. Entretanto por meio dos meios de comunicação estatais é possível perceber uma crença na necessidade de mudanças ideológicas para combater o separatismo.

Mesmo com a falta de estatísticas oficiais calcula-se que entre 20 e 130 milhões de muçulmanos vivam na China. Registros dão conta de que a religião tenha se manifestado por lá no ano 650.

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