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Seja num domingo preguiçoso ou na pavorosa segunda-feira, tomar um belo café da manhã deveria estar entre os direitos universais. Porém, as opções ficam mais restritas quando as dietas alimentares ou o ativismo pessoal de cada um é colocado em cheque. Suprindo uma necessidade (e não uma moda!), eis que surge a Padoca Vegan, a primeira padaria do Brasil a fazer todas as guloseimas maravilhosas de forma consciente, trabalhando apenas com ingredientes sem origem animal.
**UPDATE: infelizmente, tudo que é bom dura pouco. Por problemas com os vizinhos, a Padoca Vegan – neste endereço – está atualmente fechada. O hostel segue com suas atividades normais. Já a Padoca busca por um novo lar e, no momento, está funcionando apenas em dias específicos, em outro local. Fique de olho no instagram do Vaca Ateliê Culinário para saber as datas.
A ideia começou quando três mulheres superpoderosas, cada uma com sua devida especialidade, uniram suas forças para criarem juntas a Padoca. A nutricionista Denise Camargo Consolmagno fundou o Hostel Alice a sete anos atrás em um sobrado de 1968. Era a casa de sua avó, dona Alice, que viveu ali por 60 anos e trocou a morada por um espaço menor. Três anos depois, Renata Altheman virou sua sócia.
Os acasos da vida as levaram ao encontro da chef Kamili Picoli, que comanda o Vaca Ateliê Culinário. Intolerante a lactose e alérgica a carne vermelha, resolveu que não comeria nem os animais e nem o que viesse deles aos 11 anos de idade. Nos anos seguintes, participou da Verdurada, um antigo festival punk/hardcore com pegada ativista. “As comidas eram todos veganas e preparadas por mim. Comecei ali minha trajetória como cozinheira e a entender que cozinhar também é militância. Me considero militante, pois acredito que oferecer comida de qualidade às pessoas, mostra a elas a possibilidade de uma vida livre de crueldade animal”, contou ao Hypeness.
Depois de morar fora e ter trabalhado tanto em hostel quanto em cozinha, acabou conhecendo Renata e Denise. “Começamos a Padoca por uma necessidade nossa mesmo. Fomos um dia para a balada e queríamos tomar um café da manhã. Numa padaria geralmente comemos pão francês com geleia e suco de laranja, e não queríamos isso. E aí começamos com a semana da Padoca Vegan com a Kamili e foi um super sucesso! Pensamos que não podíamos perder essa oportunidade. É uma fatia do mercado que não estava sendo atendida”, disse Renata.
O endereço charmosinho na Rua Harmonia foi então adaptado para incluir as instalações da padaria e expandido após um ano de funcionamento para receber mais gente, aumentando para 39 lugares. Segundo Renata, a ideia de que vegano tem que ser fundamentalmente saudável é um mito. De fato, ninguém vai na padaria pra devorar um X-alface sem carne, mas indo um pouco mais além, os pratos sem origem animal atendem outras parcelas da população. “Fizemos pensando na galera vegan, só que acaba vindo muita gente com alergia ou intolerante a substâncias como leite e o glúten”, recordou.
Assim como a massa de um pão, o negócio vai crescendo no mesmo ritmo da cozinha que cuida da produção na madrugada. Entre as 23h e as 6h da manhã do dia seguinte são elaboradas as guloseimas. “Tentamos descomplicar as receitas e incluo também as de família. O cannoli, por exemplo, é uma receita da minha avó”, revelou Denise. E há uma bela fartura! São 49 opções no cardápio, daquelas que deixam a gente com água na boca e uma certa indecisão. Tem pão de queijo, bruschetta, tortas doces e salgadas, cinnamon roll, baguetes, sonho, carolina, cookies, iogurte, sanduíches, além de massas artesanais, como raviolis e nhoque.
Chegamos lá por volta das 08 horas da “madrugada” num domingo de sol, para dar tempo de ver as vitrines recheadas com as delícias veganas. Pouco mais de uma hora depois, o lugar já estava cheio de boquinhas famintas. Uma boa opção, para quem vai em duas ou até três pessoas (dependendo da fome), é o menu degustação (R$ 50), nossa escolha do dia. Em um prato duplo são colocados vários itens doces e salgados. O calabresito (R$ 7), feito com calabresa vegetal artesanal, cebola e tomate, é um dos campeões de vendas.
Na rodada de comilança também provamos o sonho, a carolina, o cinnamon roll, os pães com pastinhas (de azeitonas pretas, berinjela e grão de bico) e o cookie de laranja com cranberry. Para beber, o bom e velho pingado ganha versão com leite de coco, da mesma forma como é consumido no Vietnã. E, o superfotogênico Frappuccino, com calda de chocolate, chantilly e chocolate crocante em cima. O custo-benefício desse café da manhã foi excelente e o melhor: não é apenas bonito, como também gostoso. A qualidade reflete no sucesso da empreitada.
Quando fazíamos eventos, víamos crianças e pessoas do bairro que vieram, comeram, gostaram e seguem vindo até hoje. E tudo isso motivou a gente a continuar. Fazer comida vegan para quem é vegan é bacana. Mas fazer comida vegan para quem não é, é muito mais legal! Porque o pessoal vê que é possível, que é uma opção tão gostosa quanto qualquer outra e que é dá para viver sem ingredientes de origem animal. É nisso que estamos trabalhando até hoje – disse Renata
Existe também o cuidado com a manipulação da comida. A produção procura trabalhar com um valor reduzido, para evitar o desperdício. O local também evita o uso de canudos, que são muito prejudiciais para o meio ambiente, e quando utiliza embalagem de plástico, cobra pelo uso. Uma sugestão viável seria trabalhar apenas com embalagens de papel ou papelão, para reduzir ainda mais o impacto ambiental. No jardim há uma hortinha sendo implantada e, talvez, abrigará mais mesas para um café da manhã ao ar livre.
A padaria funciona de terça a domingo das 7h às 15h. Se fome vier mais tarde, saiba que Kamili também realiza jantares na sala de sua casa. Aberta ao público todas as sextas e sábados das 19h30 às 0h30 para jantares intimistas à la carte, incluindo uma carta de vinhos e receitas veganas mais elaboradas.
Vai lá!
Padoca Vegan
Rua Harmonia, 1275 – Vila Madalena/SP
Horário de funcionamento: de terça a domingo das 7h às 15h
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