Tecnologia

Uber autônomo ‘viu’ pedestre que seria atropelada, mas escolheu seguir mesmo assim

09 • 05 • 2018 às 10:27
Atualizada em 09 • 05 • 2018 às 10:28
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Os carros autônomos, que não precisam de um motorista humano para se locomover, sendo guiados por sistemas computadorizados, podem parecer uma realidade distante, mas já estão sendo testados nas ruas dos Estados Unidos há algum tempo.

A ocorrência mais crítica entre todos os testes (que são feitos com um humano no carro, para assumir a direção em caso de problema) foi, sem dúvidas, o atropelamento de uma pessoa que atravessava a rua à noite. O acidente aconteceu em março, no Arizona, e resultou em morte.

O Conselho Nacional de Segurança no Trânsito dos Estados Unidos e a Uber têm investigado o incidente desde então, e uma notícia importante pode explicar melhor as causas do atropelamento.

A pedestre estava atravessando a rua fora da faixa e à noite, num lugar de pouca visibilidade. O carro estava acima da velocidade máxima permitida na via, um erro difícil de ser explicado, considerando que o veículo era autônomo.

Alguns especialistas chegaram a afirmar que identificar a pedestre seria mais fácil para o veículo autônomo, dotado de diversos sensores de presença e movimento, do que para um motorista humano. Então como o acidente aconteceu?

Segundo o portal de notícias tecnológicas The Information, os responsáveis pelo software da Uber estavam empenhados em combater um problema causado pelos “falsos positivos”, momentos em que o sistema detectava possíveis ‘obstáculos’ na via, como sacolas plásticas, e freavam bruscamente sem necessidade.

Para contornar o problema, a equipe da Uber teria feito ajustes para que o carro não freasse imediatamente ao reconhecer possíveis pessoas, animais, veículos ou objetos em seu caminho. Ou seja, os dispositivos de detecção do veículo (sensores, câmeras, lasers e radares) “viram” que havia algo na frente, mas o sistema optou por manter a velocidade em que o carro estava em vez de frear.

Desde o atropelamento, a Uber suspendeu todos os testes com veículos autônomos em vias abertas. A notícia teve um efeito imediato na percepção pública sobre a tecnologia, como era de se esperar, e põe em xeque os planos de diversas empresas, como Tesla, Waymo (ligada ao Google), Toyota e General Motors de colocar carros autônomos à venda em um futuro próximo.

A polícia divulgou o vídeo do acidente há algumas semanas. Há quem ache as imagens perturbadoras, embora não mostrem o momento do impacto.

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Imagens: Divulgação/Uber


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