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Há mais de 27 anos contrariando as estatísticas o disco Sobrevivendo no Inferno, do Racionais MC’s, é sem dúvidas um dos trabalhos mais importantes da música brasileira.
Agora o álbum lançado pelo conjunto de rap paulistano vai figurar na lista de leituras obrigatórias para o vestibular 2020 da Unicamp (Universidade de Campinas). Inserido na categoria Poesia, ao lado da obra de nomes como Luís de Camões, o CD é o primeiro trabalho musical presente nas recomendações para a prova de uma das maiores universidades do país.
Com pouco mais de 10 anos, Sobrevivendo no Inferno caiu como uma bomba e mudou os rumos de uma geração de jovens negros habitantes das periferias de São Paulo e outras cidades brasileiras. Inspiradas no bairro do Capão Redondo, as rimas de Mano Brown, Ice Blue, Edi Rock e as batidas do DJ KL Jay davam visibilidade para uma população constantemente violentada por uma estrutura racista e excludente.
‘Sobrevivendo no Inferno’ é um livro de história musical
Tal visibilidade pode ser percebida no clássico Diário de um Detento, talvez uma das faixas mais tocadas do disco, de maneira direta e sem rodeios tratava de um dos momentos mais nefastos da história brasileira, o massacre do Carandiru.
“Com gente de bem, apressada, católica
Lendo jornal, satisfeita, hipócrita
Com raiva por dentro, a caminho do Centro
Olhando pra cá, curiosos, é lógico
Não, não é não, não é o zoológico
Minha vida não tem tanto valor
Quanto seu celular, seu computador”
Comandado pelo coronel da polícia militar Ubiratan Guimarães, a ação vitimou 111 presos – em sua vasta maioria negros, chamando a atenção de toda a comunidade internacional para as diversas violações de direitos humanos. Até hoje a história se arrasta na Justiça.
Em uma São Paulo mais violenta do que nos dias atuais Capítulo 4, versículo 3 toca em um ponto importante da história do Brasil, o genocídio da população negra. Uma constante em todos os momentos do país, homens da pele da cor da noite convivem com o fantasma da expectativa de vida reduzida. A cada 23 minutos um homem negro é morto no Brasil e todos os anos 23 mil perdem a vida. Daí a linha “27 anos contrariando as estatísticas”.
São tantas as mensagens de Sobrevivendo no Inferno que fica difícil colocá-las em texto. Aliás, este sempre foi reconhecidamente um marco e sua presença entre entre obras de leitura para vestibulares das universidades demorou para acontecer.
Todavia o reconhecimento demonstra as consequências de ações tomadas por uma geração que se nega em virar número. Uma geração atenta aos fatos e de olho nas desigualdades que ainda insistem em travar o desenvolvimento da nação.
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