Sustentabilidade

China não sabe onde descartar 111 milhões de toneladas de plástico

22 • 06 • 2018 às 12:12
Atualizada em 22 • 06 • 2018 às 12:23
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Há 30 anos que praticamente metade do plástico jogado fora de todo o mundo é exportado para a China, onde o material é reciclado e transformado em novos produtos de plástico. No final do ano passado, no entanto, o governo chinês determinou o fim de tal processo, e proibiu a importação de lixo plástico para o país. A decisão cria um hiato prático assombroso: cerca de 110 milhões de metros cúbicos de lixo plástico produzido até 2030 por países europeus e pelos EUA, entre muitos outros, agora simplesmente não tem onde ser despejado.

O processo de limpeza e reciclagem é custoso e trabalhoso, e os 10 milhões de metros cúbicos que somente os EUA enviaram para a China nas últimas três décadas significarão, no futuro, um investimento que o país não querem gastar – conforme confirma estudo recente que a analisou a situação após a decisão do governo chinês. A proibição na China visa diminuir as emissões de gases poluentes no país – incluindo os emitidos pelo processo de destruição e processamento do plástico.

O paradoxo, porém, permanece: ainda que o desejo da China de se tornar um país menos poluído e poluente seja legitimo e importante, basta uma decisão como essa para desestruturar todo um sistema – que, na prática, significa um impacto tremendo, considerando que somente no ano passado o país importou mais de 7 milhões de toneladas de lixo plástico.

Novas soluções imediatas serão tomadas – como o envio para outros países ou a incineração, ambos processos, no entanto, poluentes e custosos. A verdadeira solução, portanto, permanece sendo o combate ao desperdício e ao uso de produtos plásticos que são utilizados somente uma vez – e a escolha por reutilizáveis como norte fundamental. O futuro, para existir, precisará ser livre do plástico – e exigirá que os países se responsabilizem diretamente pelo próprio lixo que produzem.

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© fotos: divulgação


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