O funk ainda sofre com a estigmatização fruto da má resolução das questões raciais brasileiras. Comumente associado aos atos de violência o gênero musical resiste e ganha cada vez mais espaço.
Recentemente a Dança do Passinho foi declarada patrimônio cultural do Rio de Janeiro. A Lei foi proposta de vereadora Verônica Costa (MDB), conhecida como ‘Mãe Loira do Funk’. Ao jornal O Estado de São Paulo a parlamentar, que desde 2017 luta pela aprovação do projeto, ressalta a necessidade de descriminalizar o funk.
“Sou funkeira, mulher e nasci em comunidade. Conheço, de viver, o preconceito em relação ao funk e aos favelados. Não é de hoje que o nosso movimento é criminalizado. A política das UPP’s foi equivocada, sufocou o funk e outras manifestações culturais, impedindo jovens e artistas de se manifestarem livremente, e com criatividade, nos espaços públicos”, encerra.

A arte liberta!
Se você não sabe, o Passinho surgiu como um derivado da cultura do funk e caiu nas graças das comunidades cariocas no início dos anos 2000. De lá pra cá a dança ganhou o mundo e esteve presente em grandes centros, como o Lincoln Center, em Nova York.
Contudo ainda é comum ouvir por aí um conceito equivocado de que a dança incentiva o aumento da criminalidade. Trata-se de um visão alimentada pela discriminação racial e o preconceito de classes. Em função da predominância de jovens negros de origem humilde, as maiores vítimas da violência que toma conta do país, recorre-se ao caminho de criminalização.
Mas não se deixe enganar, pois a cultura e o funk se encontra nesta categoria, salva vidas. Ao invés de proferir palavras cheias de preconceito, que tal incentivar a produção artística como ferramenta de combate?