Inspiração

Faxineira autodidata brasileira vai dar palestra para doutores em universidade de NY

11 • 06 • 2018 às 10:10
Atualizada em 14 • 06 • 2018 às 11:18
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

A inspiradora história de vida da mineira Alline Parreira, de 27 anos, com tantas conquistas e transformações apesar das diversas condições contrárias, é digna de estudo: nascida no município sertanejo de Manga, Alline foi adotada ainda na barriga de sua mãe por uma mulher intersexual. Aos três meses de idade, ela foi novamente adotada, agora por uma mulher idosa e branca.

Tendo crescido como negra e pobre, a luta contra o racismo que marcou sua vida se deu de forma paradoxal: construindo sua identidade sem referências raciais em sua própria família adotiva – e é essa sua história, do sertão de Minas até os EUA, que Alline irá contar na CUNY University, em Nova Iorque, onde vive, no próximo dia 15. A história foi publicada pelo Geledés.

Como se não bastasse a presença de uma mulher negra e brasileira palestrando em uma universidade americana, destaca-se o fato de que Alline é uma autodidata, sem curso superior, que se sustenta em Nova Iorque há dois anos fazendo faxinas. Para ela o mais importante é uma mulher negra poder contar sua própria história como quiser.

“Para nós, mulheres negras, não foi permitido narrar nossas histórias em primeira pessoa. Eu quebro esse paradigma: eu que conto minha história, para mim é muito importante”, disse Alline.

E sua história na universidade será contada de maneira muito especial, em uma palestra documental misturando relato com poesia, oralidade e projeções, como uma verdadeira performance. Em seguida, uma conversa sobre identidade, transformação social e privilégio será ministrada.

A história de Alline é também a história de muitos brasileiros e brasileiras recentes, que superaram adversidades, preconceitos e a pobreza através de suas próprias forças mas com a ajuda de projetos sociais dos dois governos federais anteriores, como Bolsa Família e bolsas de viagem – foi através de uma que ela visitou o continente africano e mudou sua vida. Assim ela foi aos estudos, tornou-se ativista, e mudou-se para os EUA. Ela em breve pretende transformar sua história de vida também em um livro. A presença de Alline na CUNY University se dará a convite do coletivo BradoNYC.

As fotos de Alinne foram enviadas para o portal Geledés e reproduzidas por nós.

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