Debate

Protesto histórico mobiliza mulheres contra câmeras espiãs na Coreia do Sul

12 • 06 • 2018 às 11:21
Atualizada em 12 • 06 • 2018 às 11:22
Kauê Vieira
Kauê Vieira   Sub-editor Nascido na periferia da zona sul de São Paulo, Kauê Vieira é jornalista desde que se conhece por gente. Apaixonado pela profissão, acumula 10 anos de carreira, com destaque para passagens pela área de cultura. Foi coordenador de comunicação do Projeto Afreaka, idealizou duas edições de um festival promovendo encontros entre Brasil e África contemporânea, além de ter participado da produção de um livro paradidático sobre o ensino de África nas Escolas. Acumula ainda duas passagens pelo Portal Terra. Por fim, ao lado de suas funções no Hypeness, ministra um curso sobre mídia e representatividade e outras coisinhas mais.

Você sabe o que é ‘molka’? Trata-se de ‘câmeras-espiãs’ instaladas em espaços frequentados por mulheres, entre banheiros e vestiários, por criminosos que pretendem registrar imagens delas nuas para depois divulgar na internet.

A prática, comum na Coreia do Sul, provocou uma marcha histórica de 22 mil pessoas na maior manifestação de mulheres do país asiático. O protesto aconteceu em Hyehwa, em Seul, no último sábado (9).

A denúncia contra o machismo e sexismo presentes no país foram manifestadas com cartazes e grupos de mulheres que rasparam a cabeça sem sinal de protesto. “Minha vida não é seu pornô, dizia um dos cartazes.

‘Vista vermelho para simbolizar a raiva’, diz o manifesto feminista

Estas imagens alimentam uma rede de pornografia mundial, mesmo a prática sendo ilegal na Coreia da Sul. Segundo a Agência Nacional de Política da Coreia, só em 2014 18 casos de ‘molka’ foram reportados à polícia e 98% dos autores eram do sexo masculino.

De acordo com os especialistas o maior problema no combate ao crime é o descrédito enfrentado por estas mulheres. Além disso a punição é insuficiente e se resume ao pagamento de multas.

Porém o cenário parece estar se alterando em função justamente do levante das mulheres sul-coreanas. Depois da marcha realizada em maio, a expectativa agora é que outra manifestação aconteça em junho. Tem mais, uma petição com 200 mil assinaturas está circulando nas redes sociais.

As filmagens criminosas são usadas para alimentar redes de pornografia

 

Publicidade

Fotos: foto 1: Reprodução/Twitter/ foto 2: Reprodução/Courage to be Uncomfortable


Canais Especiais Hypeness