Debate

Relatos de viagem recém traduzidos revelam um Einstein racista e xenófobo

15 • 06 • 2018 às 11:19 Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

O ano de 1922 foi bastante especial para Albert Einstein, além de ter recebido o Prêmio Nobel de Física, o inventor da Teoria da Relatividade embarcou ao lado de sua mulher Elsa para uma viagem por países da Ásia e Oriente Médio.

Para relatar as diferenças culturais de nações como Sri Lanka, na época chamado de Ceilão, China e Japão, o físico levou consigo um diário. Foram justamente estes escritos, divulgados agora pela Universidade de Princeton, que revelaram ao mundo conceitos e visões racistas de Einstein.

“São pessoas industriosas, imundas e obtusas”, escreveu no Os Diários de Viagem de Albert Einstein: O Extremo Oriente, Palestina e Espanha, 1922-1923.

O lado racista e xenófobo de Albert Einstein que você não conhecia

Editado por Ze’ev Rosenkranz, diretor assistente do Projeto Einstein Papers, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, o conteúdo está repleto de comentários preconceituosos. Por exemplo, ao chegar do Egito, Einstein disse ter se encontrado com “levantinos de todas as tonalidades como se fossem vomitados do inferno”, em clara referência ao fenótipo dos habitantes daquela região.

Os conceitos xenófobos e racistas do cientista judeu causaram surpresa. Na década de 1930 Einstein se exilou nos Estados Unidos para fugir do regime nazista de Adolf Hitler e alguns anos depois proferiu uma de suas frases mais célebres, a de que o racismo é “uma doença de homens brancos”.

Para Chris Buckles, correspondente da BBC nos Estados Unidos, o diário reflete uma mudança de pensamento do alemão. Entretanto o jornalista diz acreditar que a revelação do material pode arranhar sua imagem entre os ativistas antirracistas.

“Os escritos podem ter sido concebidos como reflexões pessoais, privadas, mas sua publicação deve incomodar algumas correntes na América, onde ativistas ainda celebram Albert Einstein como uma das vozes que ajudaram a lançar luz sobre a questão da segregação racial”, diz Buckler.

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