Em 1999 o Senado Federal estabeleceu a criação da Semana Nacional Antidrogas para alertar sobre os efeitos da dependência química. Porém nesta edição a campanha acabou causando polêmica nas redes sociais.
Após uma série de postagens alarmantes sobre os efeitos do álcool, o Senado resolveu ir por uma via conservadora ao falar sobre a maconha. O texto veiculado acompanhado de uma fotografia com os “males da maconha” recebeu tantas críticas que precisou ser retirado das redes.
“Diante da grande repercussão e polêmica geradas pelo post enfocando a maconha, a Secretaria de Comunicação Social do Senado, responsável pelo Facebook e pelo Twitter da instituição, optou pela sua retirada das redes sociais, mantendo as demais publicações sobre o tema”, justificou a câmara alta do Congresso Nacional por meio de nota.

Será que é este o caminho para o debate?
O estrago estava feito. O que causou mais espanto foi a opção do Senado Federal de reproduzir conceitos discutíveis como os de que a maconha pode causar ‘alucinação, agressividade e morte’. Para defensores de um debate maduro sobre descriminalização das drogas no Brasil uma postura desta vinda de um espaço de fecundação de novas leis é um grande retrocesso.
“A minha impressão geral dessa propaganda é que é muito ingênua e inócua, uma abordagem que parece querer tapar o sol com a peneira”, declarou ao site da Vice Fabrício de Araújo Moreira, professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.
O ponto não é ignorar os perigos do consumo de drogas, mas pensar nas formas em que esta discussão é colocada. Em um país como Brasil, refém de uma tão falada guerra às drogas, a mudança de postura é urgente.