Foi-se o tempo em que o videogame era apenas um passatempo inofensivo. Cada vez mais realista e repleto de formatos e jogos, o hábito de jogar virou profissão, dá dinheiro e também pode adoecer.
Diante do aumento de pessoas com problemas de saúde atribuídos ao videogame a Organização Mundial da Saúde acaba de classificar o vício no aparelho na categoria de transtornos mentais da Classificação Internacional de Doenças (CID-11).
A partir de agora o hábito vai estar nesta lista criada para padronizar enfermidades, problemas de saúde e transtornos. Aparentemente parece algo banal, mas de acordo com a agência de saúde da ONU o número de pessoas portadoras desta patologia está em 3%.

Pelo menos 50 novos viciados devem surgir todos os anos
Os principais sintomas aparecem quando o game se transforma em impeditivo para a realização de outras atividades. A duração e a intensidade também devem ser levadas em consideração. Por fim, se o jogador experienciar consequências negativas, como perder um emprego ou até mesmo não se higienizar corretamente, é preciso buscar ajuda.
Em entrevista à BBC Brasil Richard Graham, especialista em vícios em tecnologia no Hospital Nightingale de Londres, espera o surgimento de pelo menos 50 casos de viciados por ano. Graham diz ser fundamental o tratamento com seriedade deste problema.
“É muito significativo, porque cria a oportunidade de termos serviços mais especializados. Ele coloca (esse distúrbio) no mapa como algo a ser levado a sério”.
Atualmente diversos países estão adotando medidas, algumas séries, para combater o distúrbio. Na Coreia do Sul, por exemplo, uma lei proíbe o uso de game por menos de 18 anos entre meia-noite e seis da manhã. O Japão adota a prática de advertência contra jogadores que passem mais de uma determinada quantidade de horas jogando.