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Os grandes estúdios de Hollywood não são conhecidos por apostarem na criatividade na hora de escolher os filmes que vão produzir. A situação parece ter piorado nos últimos anos, com uma explosão de sequências de blockbusters ou remakes de sucessos do passado. Ainda assim, os EUA seguem produzindo muitos filmes excelentes.
Um dos segredos para que isso seja possível é uma iniciativa do então jovem produtor Franklin Leonard, que, em 2005, trabalhava na Appian Way, produtora de Leonardo DiCaprio. Pouco satisfeito com a qualidade dos enredos que ele via saírem do papel para as telas, Leonard decidiu tomar a iniciativa e aumentar a visibilidade de roteiros interessantes, mas que não pareciam muito rentáveis.
Franklin Leonard
Leonard pediu a 93 colegas da indústria cinematográfica que eles indicassem os melhores roteiros que haviam visto naquele ano, mas que não tinham sido escolhidos para produção por estúdio algum. Foi assim surgiu a Black List.
O produtor separou os roteiros que tinham recebido mais menções e divulgou a lista entre os companheiros de Hollywood. Vários títulos da primeira edição foram produzidos nos anos seguintes e fizeram sucesso entre público e crítica: Juno, Babel, Diamante de Sangue, Pequena Miss Sunshine, Hancock e Zodíaco são alguns exemplos.
A iniciativa ficou famosa entre produtores, diretores e até atores de Hollywood, que, desde então, ajudam Leonard a elaborar a Black List de cada ano, e também a usam como base para fazer os roteiros saírem do papel. Hoje, já são mais de 500 executivos a votar na lista anual.
Quem Quer Ser Um Milionário, vencedor do Oscar de Melhor Filme de 2009, foi descoberto através da Black List
De acordo com o site oficial da Black List, desde 2005 mais de 400 roteiros foram produzidos depois de serem divulgados na lista. Juntos, eles conseguiram 262 indicações ao Oscar, com 53 estatuetas entregues, inclusive quatro de Melhor Filme: Quem Quer Ser um Milionário, O Discurso do Rei, Argo e Spotlight: Segredos Revelados.
Spotlight, que recebeu a estatueta de Melhor Filme em 2016, também esteve na Black List
Também no site, é possível acessar as listas de cada ano, inclusive a de 2017. Quem sabe um dos roteiros indicados ali não esteja fazendo sucesso em um futuro bem próximo.
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