Debate

Iza fala sobre como assédio na infância desencadeou crises de pânico

10 • 08 • 2018 às 11:59 Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

No caminho da diversidade, a revista  Women’s Health apresenta na capa de sua edição de agosto a cantora IZA. A jovem foi clicada pelo fotógrafo Danilo Borges e durante o ensaio falou sobre sua infância e a luta para a conquista da autoestima.

IZA tem 27 anos e atualmente se destaca, não só pela beleza, mas também pelo talento. Contudo, a vida nem sempre foi doce com a cantora do hit Pesadão. IZA revela ter sofrido assédio sexual durante a infância, resultando no surgimento de crises do pânico.

“Sempre fui muito assediada na infância. Isso fazia com que me escondesse, com que não gostasse do meu corpo. Tinha medo, crise de pânico quando ia para a rua. Pavor de algum homem me seguir. Acho que todas as mulheres já passaram por isso, né?”, disse à revista.

Voa, IZA!

Mulher negra, IZA foi criada no bairro suburbano de Olaria, mas aos 6 anos foi morar em Natal, no Nordeste brasileiro. Lá, disse ter sofrido bullying na escola por ser a única criança negra matriculada na instituição de ensino.

Falando ao UOL, a pedagoga Ellen Lima de Souza – mestre e doutoranda do Programa de Pós-graduação em Educação da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e diretora do Itesa (Instituto de Tecnologia, Especialização e Aprimoramento Profissional), diz que as crianças negras são as que mais sofrem nas escolas.

A profissional pontua que as escolas são ambientes inóspitos para crianças negras. Na opinião da pedagoga, os professores precisam assumir uma postura de protagonismo na sala de aula.

“Sim, podem [ser racistas]. E são. As pessoas não esperam que elas reproduzam atitudes racistas. Depois da família, o primeiro ambiente de socialização é a escola, onde a criança é mais exposta ao racismo”, pontua.

Por isso, a presença de IZA na capa de uma revista de grande circulação e sua disponibilidade em falar de assuntos com beleza e autoestima, são imprescindíveis para a mudança deste cenário. Assim como acontece com Beyoncé nos Estados Unidos, quanto mais mulheres negras estiverem em evidência, melhor.

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