Composição: Lennon/McCartney. Mais de 200 músicas gravadas pelos Beatles foram registradas assim, graças a um acordo firmado entre o guitarrista e o baixista pouco depois de eles se conhecerem.
Apesar de a maioria das canções realmente ter sido composta em conjunto pela dupla, muitas delas foram criadas por apenas um dos músicos. Em outras, a composição até foi feita a quatro mãos, mas com um ou o outro participando mais ativamente.
Após o fim da banda, isso acabou gerando algumas confusões entre John e Paul, que diziam em entrevistas ser os responsáveis únicos pelas mesmas músicas – caso de Help, em que Lennon chegou a negar ter recebido a ajuda de McCartney, enquanto John garantiu ter composto 70% da letra de Eleanor Rigby, algo que Paul nunca reconheceu.
Talvez a maior “polêmica” seja em relação a In My Life: apesar de a letra ser de John, Paul afirma ter compostotoda a melodia, enquanto o companheiro dizia que ele só tinha ajudado em uma pequena parte. Mais de 50 anos depois do lançamento da música, uma fórmula pode ajudar a resolver a disputa.
Jason Brown, matemático e professor da Universidade Dalhousie, do Canadá, e Mark Glickman, estatístico e professor de Harvard, são fãs dos Beatles e decidiram unir forças para tentar esclarecer a questão. Então, criaram um sistema abastecido por composições de Lennon e McCartney para encontrar padrões e indicar o compositor de In My Life.
Eles analisaram 140 subcategorias, baseando-se em cinco critérios principais: as notas utilizadas, as sequências de duas notas, os acordes, as sequências de dois acordes e os contornos melódicos (a ‘subida’ e ‘descida’ das notas).
De acordo com Brown, o modelo tem 80% de confiabilidade e mostrou um resultado capaz de deixar poucas dúvidas: a probabilidade de que Paul McCartney tenha mesmo sido o principal responsável pela composição da melodia é de apenas 0,018%. Ou seja, além da letra, a melodia de In My Life também foi criada por John Lennon.
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