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Caçadora de festivais, estou de volta para contar como foi o Festival Breve, que teve sua segunda edição em Belo Horizonte. O Mirante Beagá, com uma vista linda da cidade, foi o lugar escolhido para receber a superestrutura do evento que reuniu alguns dos melhores shows do ano, além de espaço de gastronomia, feirinha multicultural e bares servidos de drinks mil.
Um resumo do que vi de mais legal por lá? Representatividade negra. Do alto de 2018, vemos alguns muros de preconceito caindo e vozes negras ganhando espaço – sim, este que é de todos mas nunca foi realmente para todos. Nesta onda, o primeiro dia começou trazendo o rap de Djonga para o palco principal do evento.
O cantor não foi o único representante negro de Belo Horizonte, o festival recebeu a “Disputa Nervosa”, batalha de passinhos do Centro Cultural Lá da Favelinha, que quebrou tudo nos dois dias.
Com o rap no coração, mas ginga nos pés, Brown apresentou seu Boogie Nipe. O trabalho da carreira solo vem com big band e misturas sonoras no clima do título do álbum e da diáspora negra. Com influencia de James Brown, o trabalho vem cheio de funk, soul e swing. No palco, todos músicos negros.
Eis que chega Iza e seu grupo, também todo formado por bailarinas e bailarinos negros. Além da presença no palco, baile e voz potente, a cantora fez uma homenagem a personalidades negras, como Aretha Franklin, Alcione e Martin Luther King.
Segundo dia de Breve, além de negritude, muita baianidade. Fui focada em ver a deusa afro Luedji Luna em cena. Desejo antigo que valeu cada segundo para realizar. É lindo ver Luedji no palco. A voz desliza dela chegando como um carinho em quem assiste. A representatividade e o lugar ficam demarcados. “Je suis ici, ainda que eu não queira mais. Je suis ici, agora”. Estou aqui, diz ela. E que presença! A cantora que nasceu no bairro do Cabula, em Salvador, está alçando o voo. Ainda ouviremos muito falar dela.
“Acho que a gente tá num momento muito bom que só é possível por que houve toda uma pressão social. Uma militância anterior à nossa geração que pautou a ocupação desses espaços que deveriam ser de todo mundo sempre. Sobretudo o lugar da mulher negra na composição. A mulher produtora de discurso, de saber. O mais bonito da gente ter essas divas como referência de cantoras e interpretes é a gente também sendo porta-voz de nós mesmas. Larissa, Xênia, Josyara e eu somos todas compositoras. A gente tá vindo num movimento muito bonito de ser porta-voz de nós mesmas e ter escuta. Coisa que a gente não teve aí por muito tempo”, conta Luedji. A cantora que nasceu no bairro do Cabula, em Salvador, está alçando o voo. Ainda ouviremos muito falar dela.
Algumas das bandas já são figuras frequentes dos festivais por onde passei, como Rincón Sapiência e Baiana System. Estão em todas sim e não me canso. São dois dos shows mais potentes que já vi e belos represetantes da música negra. Rincón e sua banda chegam com energia lá em cima desde o camarim onde os músicos fazem a maior festa antes de subir ao palco. Baiana já venho falando há algum tempo, mas não me canso. Dessa vez falei para o Russo: esse show me provoca coisas que não sei explicar. “Em mim também”, concordou ele. Desta vez, tivemos um presente a mais com a participação de Rico Dalassam. Assim, entre cavalos do cão e furacões de gente, o show foi daquele jeitinho que quem conhece adora: suor e amor.
Mais uma edição, mais um ano e muita coisa boa para levar. O Festival Breve tem como subtítulo a frase “Música para Durar”, o que encaixa como nunca nesta programação diversa e linda. É para durar, para crescer, multiplicar e dar lugar, como a música faz tão bem. Eu senti – e só me resta querer mais.
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