Desejo de preservar os valores sociais atuais, baixa abertura para transformações e novidades, valorização das autoridades, da obediência, autodisciplina e a defesa de valores e crenças religiosas tradicionais, com alto grau de hostilidade contra pessoas de outros grupos: essas são as características que definem as pessoas que sofrem da “Síndrome Conservadora” que vem se dando em diversos países. A conclusão nasceu de uma pesquisa desenvolvida nos últimos dez anos pelo pesquisador Lazar Stankov, da Universidade de Sidney – e publicada recentemente no Journal of Cross-Cultural Psychology.

A primeira diferenciação que Stankov faz pede que não confundamos o conservadorismo político tradicional, que de modo geral defende questões fiscais, a preservação do livre mercado e uma menor intervenção do estado, com o que ele reconhece como a tal síndrome. Nesse segundo caso, as preocupações políticas se misturariam com aspectos e motivações psicológicas, para além de crenças políticas. “Pessoas com esta síndrome tendem a ser mais religiosas e duras contra aqueles que não são aceitos como membros de seu próprio grupo. A religião e moralidade parecem ser uma forma de manter o atual modo de vida, e a dureza contra pessoas de fora é uma defesa contra a ameaça da mudança”, afirma Stankov.

Nacionalistas pela supremacia branca em Charlottesville, nos EUA
Outro ponto determinado pela pesquisa é de que as pessoas que sofrem de tal syndrome tendem a ser menos bem informadas sobre o mundo e vivem sob o medo do desconhecido, estando sempre prontas para lutar contra o que parece invadir seu ambiente. São pessoas que tendem a apresentar um QI mais baixo, e essas características, se alinhadas com o que ele chama de Mentalidade Extremista Militante, pode levar a ondas de terrorismo – contra não só outros “grupos”, como também profissões que defendem a tolerância e pontos de vista diferentes, como cientistas e jornalistas.

Boris Johnson, líder do Brexit no Reino Unido
O estudo utilizou dois bancos de dados com informações sobre 11.208 pessoas em mais de 30 países. Todos os países estudados apresentaram sintomas da síndrome.