Com uma população mundial que já passa dos 7,5 bilhões e que deve chegar aos 10 bi por volta de 2050, a vida na Terra se depara com um desafio enorme: como alimentar tanta gente, considerando as ameaças causadas pelas mudanças climáticas que a atividade humana tem criado?
Com isso em mente, uma grande equipe de cientistas se uniu para criar o estudo “Opções para Manter o Sistema Alimentar Dentro dos Limites Ambientais’. E a conclusão não é nada inesperada: teremos um desafio enorme pela frente.
Os pesquisadores compilaram dados referentes à produção e consumo de comida em países de todo o mundo para analisar os impactos ambientais do sistema alimentar. E eles esperam um aumento entre 50% e 90% no efeito causado pelo setor, principalmente por causa das altas emissões de nitrogênio e fósforo.

Johan Rockström, professor do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático, vinculado ao governo da Alemanha, declarou que “alimentar 10 bilhões de pessoas é possível, mas apenas se mudarmos a maneira como consumimos e produzimos alimento”.
Além da necessidade de elaborar tecnologias mais sustentáveis, os pesquisadores estão convencidos de que precisaremos de firmes mudanças individuais. Aumentar o consumo de grãos, oleaginosas e sementes será essencial – além de reduzir consideravelmente o consumo de proteína animal.

De acordo com a pesquisa, considerando a média de consumo mundial e a capacidade de produção sustentável, seria necessário haver uma diminuição de 75% na ingestão de carne bovina, de 90% na de carne suína e de 50% no consumo de ovos.
Com essas mudanças, a emissão de gases prejudiciais à atmosfera cairia em 50%. Segundo os cientistas, outra mudança de foco essencial é combater o desperdício de alimentos, já que cerca de um terço de toda a comida produzida na Terra jamais chega até as mesas, mesmo com tanta gente passando fome.