Assim como professou o então primeiro-ministro britânico Winston Churchill, a humanidade atravessará uma grave crise alimentícia e vai precisar se virar nos 30 para garantir a alimentação. Pelo menos à base de carne.
A BBC noticiou que a Just, uma empresa de São Francisco, nos Estados Unidos, está produzindo nuggets de frango fabricados a partir das células de uma pena de galinha.
A história é um pouco confusa, mas vamos lá. O nugget tem gosto de frango. Na verdade ele é de frango. A ave estava vivo e ciscando em uma fazenda nas proximidades do laboratório. Para ser produzido, o alimento leva dois dias em um pequeno biorreator – que usa uma proteína para estimular as células a se multiplicarem.

O novo método de desenvolvimento pode diminuir o abate de animais
O método funciona como um suporte que alimenta a carne conforme seu desenvolvimento. Mas atenção, não confunda a carne com os hambúrgueres vegetarianos feitos à base de verduras e legumes.
Neste caso, trata-se de carne real. A diferença é que ela foi feita a partir de células animais e são chamadas de carne sintética, in vitro e por aí vai.
Apesar de causar certo espanto, a medida pode contribuir para a diminuição do sacrifício de animais. O IBGE aponta que apenas no Brasil, 191 animais são assassinados por segundo pela indústria da carne.

É frango, mas não é
“Nós fazemos coisas como ovos, sorvete ou manteiga de plantas e fazemos carne apenas a partir de carne. Você simplesmente não precisa matar o animal”, explica Josh Tetrick, executivo e presidente da Just.
A Organização das Nações Unidas diz que o abate de animais é um vilão e incentiva o aquecimento global, principalmente pelo uso de água. No mundo, 70 bilhões de bichos são mortos todos os anos. Eles servem de alimento para 7 bilhões de pessoas.
A expectativa é que a carne de células animais esteja disponível em alguns restaurantes até o final de 2018.