Se um dia alguém te chamar para fumar Radula, não fique totalmente confuso: cientistas estão estudando essa plantinha que, apesar de parecer um tipo de musgo, possui uma similaridade com a planta mais polêmica do planeta: a capacidade de chapar.
Nativa de países como Nova Zelândia, Costa Rica e Japão, a Radula tem bem pouco a ver com as Cannabis Sativa ou Indica, seja biologicamente ou na aparência, mas compartilham de um elemento fundamental para a popularidade da maconha: os canabinoides.

No caso da cannabis, é o Tetra-hidrocanabinol, o famoso THC, que justifica as propriedades psicoativas da planta. Já na radula, é uma variante do THC, chamada perrotinolene. Os efeitos são semelhantes, mas, de acordo com os pesquisadores, a Radula é “moderadamente potente, mas eficaz”.
O estudo, publicado no periódico Science Advances, foi feito com ratos. Os cientistas isolaram o perrotinolene e o aplicaram nas cobaias. Depois, observaram os efeitos do componente no cérebro dos animais, encontrando várias similaridades com o THC.
A presença da variante do THC na Radula é conhecida desde 1994, mas a forma como ele interage com o cérebro ainda é pouco conhecida. Uma das impressões dos cientistas é que a planta deve causar menos danos à memória do que a maconha.

O uso recreativo de Radula ainda é pequeno, mas está crescendo. Mas o que interessa mesmo aos pesquisadores são as possibilidades de usar a planta de forma medicinal.
Aliás, a equipe de pesquisadores não é a primeira a pensar nessa possibilidade – longe disso, aliás. O povo maori que habita a Nova Zelândia conhece suas propriedades há tempos, e costuma incluir as plantas na lista de taonga (“tesouro”) local, parte importante da rongoã, a medicina baseada no uso de ervas dos maori.