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“Se uma imagem vale mais que mil palavras, então diga isso com uma imagem”. Essa frase do grande humorista Millôr Fernandes define o espírito dessa seleção – pois, genial frasista que era, Millôr tinha razão: nada é mais forte para a expressão e comunicação humana do que as palavras. Uma frase é capaz não só de imortalizar um momento como de mudar a história. Em discursos, livros, peças de teatro, poemas ou entrevistas, grandes frases iniciaram e encerraram revoluções, alteraram nossa forma de pensar, aprofundaram a maneira como nos entendemos enquanto humanidade, e muito mais.
Ditas por filósofos, líderes políticos e religiosos, personagens ficcionais e até astronautas, as grandes sentenças da histórias não são jamais esquecidas, e se tornaram parte determinante do inconsciente coletivo, ampliando seu sentido e contexto original, como verdadeiros índices do conhecimento e da complexidade humana. Assim, separamos aqui algumas das mais importantes frases de todos os tempos – aquelas que, independentemente da orientação política, religiosa, da nacionalidade, da época ou mesmo da veracidade de sua afirmação, mudaram pra sempre nosso modo de viver.
Essa seleção não se apresenta de forma hierárquica, pois não há como medir objetivamente maior ou menor importância em cada peça dessa coleção. O que podemos mesmo fazer é conhecer um pouco mais de cada uma dessas máximas que tanto nos ajudam a nos conhecermos melhor.
Busto do filósofo grego Heráclito
Sabe-se pouco sobre a vida do filósofo grego Heráclito, e mesmo sua obra é formada somente por fragmentos e escritos soltos. Sua visão da realidade, no entanto, mesmo tendo nascido em cerca de 535 a.C., é uma das mais influentes para a filosofia moderna. Oposto em pensamento ao outro grande filósofo pré-socrático Parmenedes – que acreditava que nada mudava e que não deveríamos confiar em nossas percepções sensoriais –, Heráclito era o pensador do “tudo flui”, vendo o mundo em perpétua transformação. Não é exagero afirmar que, sem ele, não teríamos Nietzsche, Marx, Jung e Deleuse, entre tantos outros, e nem uma das mais importantes máximas de toda a filosofia.
Vitral retratando a imagem de Jesus Cristo
Mais conhecida e muito mais importante do que outras máximas da tradição judaico-cristão (como os dez mandamentos, por exemplo), a frase atribuída a Jesus e registrada no Evangelho de João é – ou deveria ser – o mais importante compromisso de todo o cristianismo. Colocando o amor universal como centro de sua palavra e de nossa missão na Terra, essa frase é a ideia que deveria tornar o cristianismo uma religião única. Lamentavelmente, boa parte de seus seguidores não segue a determinação clara e inequívoca de seu líder.
Pintura de William Shakespeare
Possivelmente o mais famoso verso de toda literatura, a frase de abertura do solilóquio dito por Hamlet na primeira cena do terceiro ato da peça que tem seu nome em princípio se refere à hesitação do príncipe da Dinamarca sobre vingar ou não a morte de seu pai. “Ser ou não ser, eis a questão”, porém, tornou-se uma das mais citadas e debatidas frases desde 1600, período aproximado em que a peça foi escrita, até hoje. Shakespeare resume a profundeza de tantos pensamento filosóficos em uma só sentença, se tornando ponto de partida para toda sorte de questionamentos humanos.
Pintura do filósofo francês René Descartes
Uma das bases do pensamento ocidental e da ciência moderna, a mais famosa pontuação do matemático e filósofo francês René Descartes foi pela primeira vez afirmada em seu livro Discurso sobre o Método, de 1637. Sua explicação “completa” seria “eu duvido, logo eu penso, logo eu sou”, oferecendo assim uma fundação firme para a ideia do conhecimento em detrimento da dúvida – especialmente em um contexto de perseguição contra a ciência por parte da igreja.
Para Descartes, a possibilidade de se questionar algo servia como prova de que há uma mente pensando, uma entidade pensante – há um self, um eu. “Nós não podemos duvidar de nossa existência enquanto duvidamos”, escreveu, abrindo os flancos, assim, para o surgimento não só de uma filosofia moderna, como de toda a ciência objetiva, liberta de premissas religiosas imprecisas, incorretas ou contaminadas por intenções de controle e poder.
Detalhe de quadro de Pedro Américo retratando o grito do Ipiranga
“Amigos, as Cortes Portuguesas querem escravizar-nos e perseguir-nos. A partir de hoje, as nossas relações estão quebradas. Nenhum vínculo unir-nos mais […] Para o meu sangue, minha honra, meu Deus, eu juro dar ao Brasil a liberdade. Brasileiros, que nossa palavra de ordem seja, a partir de hoje, ‘Independência ou Morte!’”. Essa é a parte mais célebre do discurso enunciado por Dom Pedro I às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, que ficou conhecido como “Grito do Ipiranga”, em 7 de setembro de 1822, evento determinante para a independência do Brasil de Portugal.
A separação oficial só ocorreria no dia 22 de setembro, em uma carta a seu pai, João VI, mas o símbolo da separação e do nascimento do Império do Brasil foi mesmo o grito – significado principalmente por sua frase ícone.
Karl Marx e Friedrich Engels, autores do Manifesto
A frase final do Manifesto Comunista, publicado em 1848, é um convite de Marx e Engels para que a classe proletária enfim se unisse por uma nova ordem social, que superasse os anos de exploração, opressão e diminuição dos trabalhadores por parte do capitalismo. O documento, escrito no contexto das revoluções da época na Europa, é também uma análise profunda dos efeitos da revolução industrial, e tornou-se o mais influente manifesto em todos os tempos.
Clamando por reformas sociais como a diminuição da jornada diária de trabalho e o voto universal, trata-se de um texto que não só fundamentou boa parte dos questionamentos e orientações políticas posteriores (seja contra, seja a favor), como efetivamente mudou o mundo – sua geografia, seus conflitos, sua realidade.
O filosofo alemão Friedrich Nietzsche
Publicada pela primeira vez no livro A Gaia Ciência, de 1882, mas verdadeiramente popularizada no mais célebre trabalho do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, Assim Falou Zaratustra, de 1883, a máxima sobre a morte de Deus não é exclusividade de Nietzsche – outros filósofos já vinham antes debatendo a ideia. O fato é, porém, que foi ele quem cunhou e popularizou a frase de forma clara e inconteste, referindo-se de modo geral aos efeitos do Iluminismo, com a ciência, a filosofia materialista e o naturalismo ocupando em uma direção factível, mensurável e pragmática a função que era antes de Deus – e significando, assim, uma das mais importantes viradas filosóficas e culturais da história do pensamento.
Anne Frank estudando em 1940
Uma das mais simples porém mais poderosas citações a compor essa lista, a frase escrita por Anne Frank em seu diário no dia 15 de julho de 1944 ofereceu um sopro de esperança, como exemplo da própria bondade na qual ela afirma acreditar, apesar de estar no contexto de uma das maiores tragédias da história. Anne tinha somente 15 anos quando a escreveu, e viria a morrer prisioneira em um campo de concentração nazista menos de um ano depois. Seu diário se tornou um dos mais comoventes documentos a de denúncia do nazismo, e sua escrita afirma-se até hoje como exemplo luminoso contra o horror.
A primeira-dama americana Eleanor Roosevelt com a Declaração
Escrita sob os efeitos da então recém encerrada Segunda Guerra Mundial, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos visou estabelecer as bases de um mundo de paz, e tem no seu primeiro artigo o fundamento essencial do caminho proposto. Ainda que tenha funcionado como alicerce para diversos tratados pelo mundo nos últimos 69 anos – e de ser, segundo o Livro dos Recordes, o documento traduzido em maior número de línguas, com 508 traduções disponíveis – trata-se lamentavelmente ainda de uma utopia, algo a ser alcançado pela humanidade. Aquilo que deveria ser o primeiro passo das relações humanas ainda está longe de acontecer.
A filosofa francesa Simone de Beauvoir
A célebre frase da filósofa e feminista francesa Simone de Beauvoir pode ser vista como a base não só de seu mais famoso livro, O Segundo Sexo, de 1949, como sendo uma das premissas fundamentais do movimento feminista moderno. A ideia é que ser mulher é mais do que um dado natural e biológico, mas o resultado dos efeitos das culturas e da história. Para além de suas definições fisiológicas, em cada mulher, sua história de vida desde sua infância determina a mulher que se é. A própria maioria de citações masculinas nessa lista comprova a tese, diante de uma história que impediu que mulheres a protagonizassem.
Getúlio Vargas, presidente do Brasil
Como de costume, em 1954 o Brasil atravessava intensa crise política, e o presidente Getúlio Vargas, dessa vez eleito pelo povo, sofria acusações diversas e pressão extrema da imprensa, dos militares e da oposição, significada na figura de Carlos Lacerda, para que renunciasse. Na noite do dia 23 para o dia 24 de agosto, Vargas assinou uma memorável carta de despedida – na qual acusa seus detratores e coloca sua opinião sobre o contexto político da época – e tirou a própria vida com um tiro no peito.
A frase final da missiva significa o efeito que sua morte provocou: ao ser velado nos braços do povo, Getúlio, mesmo morto, atrasou por 10 anos o golpe militar que se anunciava, e garantiu a eleição de Juscelino Kubitschek, em 1956.
Martin Luther King Jr. em um discurso
O mais famoso discurso do pastor e líder do movimento pelos direitos civis nos EUA, Martin Luther King Jr., foi enunciado em 28 de agosto de 1963, para uma multidão de 200 mil pessoas, a partir dos degraus do Memorial Lincoln, em Washington. Como parte da Marcha de Washington por Empregos e Liberdade, o discurso é considerado um dos mais importantes da história, como um gesto determinante no movimento pelos direitos civis no país.
No ano seguinte, King ganharia o Prêmio Nobel da Paz, e o Ato de Direitos Civis, de 1964 e o Ato de Direito de Votos, em 1965, viriam a encerrar a segregação racial oficial nos EUA (ainda que, na prática, muita segregação resista). Em 1999, o que ficou conhecido como “Eu tenho um sonho” foi eleito o maior discurso estadunidense do século XX.
O astronauta americano Neil Armstrong
Segundo consta, ninguém na NASA ou mesmo na tripulação da Apollo 11 sabia que o astronauta americano Neil Armstrong havia preparado uma frase tão impactante para dizer no instante em que se tornasse o primeiro ser humano a pisar na lua. Estima-se que 500 milhões de pessoas assistiram, naquele 21 de julho de 1969, a chegada de um representante da humanidade no solo do nosso satélite vizinho – à época o acontecimento mais visto de nossa história – e instantaneamente a frase de Armstrong se tornou imortal, significando a sensação de todo o planeta diante de um evento tão impactante.
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