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O primeiro fim de semana de avaliações do Exame Nacional do Ensino Médio seguiu a linha adotada em edições passadas de não fugir de temas debatidos pela sociedade.
Entre assuntos clássicos presentes nas 90 questões das provas de Ciências Humanas e de Linguagens, o candidato se deparou com questionamentos sobre feminicídio, racismo, ditadura militar, refugiados e o pajubá, uma espécie de dialeto criado por travestis.
Nas redes sociais, muitas pessoas torceram o nariz com o que classificaram como viés político. Para os críticos, a prova tentou praticar uma espécie de doutrinação comunista nos mais de 4 milhões de alunos. Será?
Falar de diversidade é doutrinação comunista?
Assim como na sociedade brasileira, o racismo esteve presente no Enem. Diferente, por exemplo da proposta do governador eleito pelo Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), que pretende abater qualquer pessoa (você sabe qual o tipo) que estiver supostamente andando com um fuzil, o exame trouxe o nome de Conceição Evaristo.
Mulher e negra, a escritora mineira é vencedora do Prêmio Jabuti e considerada um dos principais nomes da literatura atual. Evaristo é responsável por jogar luz sobre os efeitos do racismo, mas também por reclamar o lugar de direito de autoras e autores negros no mercado literário brasileiro. Lembrando que nos últimos 10 anos, o número de afro-brasileiros mortos aumentou 10% no país.
A ditadura militar está na boca do povo de novo. Contudo, o debate ainda segue pelo caminho do descrédito, defendido inclusive pelo presidente eleito, que prefere chamar o período de censura e tortura como revolução de 1964.
Conceição Evaristo e sua obra estiveram presentes no Enem deste ano
Para historiadores, a dificuldade de encarar a ditadura militar com um regime de exceção se dá pela falta de discussão sobre o assunto nas salas de aula. Por Isso, o Enem deste ano decidiu falar sobre totalitarismo e censura a partir do livro 1984, do inglês George Orwell.
Aos olhos de órgãos internacionais, o Brasil precisa se dedicar mais ao assunto. O país foi condenado na Corte Interamericana de Direitos Humanos por não investigar e tampouco punir os assassinos e torturadores do jornalista Vladimir Herzog, morto na década de 1970.
Pode parecer doutrinação, mas é urgência mesmo. O Brasil é o líder do ranking mundial de assassinatos de transexuais. Segundo relatório publicado pela Transgender Europe (TGEu), o país possui, em números absolutos, mais que o triplo de homicídios do segundo colocado México, onde morreram 256 entre 2008 e 2016.
Ligações ancestrais e respeito ao diverso
De olho nos efeitos da discriminação, o Exame Nacional do Ensino Médio surpreendeu ao trazer para o debate o pajubá, um dialeto ou seleção de palavras utilizadas por travestis. De origem iorubá, a linguagem reafirma as conexões entre Brasil e África.
O tema da redação também incomodou. Como é tradição nos últimos anos, o Enem sempre surpreende com a escolha. Em 2018 não foi diferente e os candidatos precisaram debater controle de dados na internet.
O título exato foi Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet. Relevante, o assunto vai de encontro com casos emblemáticos, como a venda ilegal de dados de usuários encabeçada pelo Facebook e uma denúncia feita pelo jornal Folha de São Paulo sobre a injeção de mais de 10 milhões de reais de empresários apoiadores do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para o envio de notícias falsas contra o candidato derrotado Fernando Haddad (PT).
O tal viés político foi criticado por alguns estudantes, que garantem que a internet não controla a vida de ninguém. Mas, para grande parte dos educadores, os candidatos não precisam necessariamente falar de política. O controle de dados permite dissertação sobre manipulação pelo consumo ou comportamento.
Confira abaixo algumas reações de pessoas que insistem em enxergar uma doutrinação comunista quando, na verdade, o objetivo é colocar fim em violências históricas contra grupos integrantes da sociedade.
É CRIME!! A prova do ENEM é a maior PROVA de SEQUESTRO e ALIENAÇÃO do CÉREBRO dessa geração!! Prova de idiotização humana! Atentado contra a inteligência dos jovens! Praticamente um genocídio! Eles não querem que ninguém aprenda a pensar.
— Electra Caron (@CaronElectra) November 5, 2018
Presidente Bolsonaro quem elaborou o enem 2018 pode mandar pra Cuba ou Venezuela, Eu fez a prova, so idiologia Comunista
— Lucileide De Sousa Chagas (@LucileideDeSou4) November 5, 2018
Não façam o Enem ele é um exame marxista, saiam de todas as instituições que respondem ao MEC ele é comunista! Repassem a todos os contatos urgente. Nossa bandeira nunca será vermelha. Ursal, Kit Gay [e mais um monte de palavras aleatórias sem… https://t.co/GWbWG0xdfo
— Gustavo Faquim (@faquimgustavo) November 5, 2018
Sim é isso mesmo, para ser aprovado no Enem comunista vc precisa saber sobre o dialeto usado por travestis, sim isso é Brasil! https://t.co/Mh4JREHPYE
— Thiago Costa (@TcostaRO) November 5, 2018
O exame do Enem já dá os sinais do que os alunos vão encontrar nas universidades públicas brasileiras. Muito lixo e doutrinação comunista em sala de aula. Se não reagirmos, vamos perder nossos filhos para esses ratos.
— DERRADEIRO BALUARTE – Uma nova fase. (@BALUARTE2012) November 5, 2018
Aviso que não é requisito para ser ministro da educação saber sobre dicionário dos travestis ou feminismo. pic.twitter.com/hCeTRVx7su
— Eduardo Bolsonaro 17 (@BolsonaroSP) November 5, 2018
Torço pelo fim do Enem e pela volta dos vestibulares como antigamente. O Mito terá um enorme trabalho pra acabar com toda ideologia comunista presente nas instituições de ensino. Quem sabe teremos um General no comando do MEC?
— ALESSANDER (@ALESSAN34708313) November 5, 2018
Presidente @jairbolsonaro a prova ontem do ENEM, foi voltada para a ideologia de gênero e partidária, um absurdo o que o @inep comunista dos petralhas fizeram com os alunos. Essa prova tem que ser cancelada, pois expôs os alunos ao ridículo. @BolsonaroSP @JanainaDoBrasil
— Alexandre Binelli (@abinelli) November 5, 2018
Esse será o último enem comunista, perguntas imbecís,os próximos serão perguntas inteligentes e os vermelhinhos não acertaram nada!
— José Calazans P. Jr (@JCalazansJr) November 5, 2018
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