Hypeness
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por: Kauê Vieira
Parte de uma geração que reconfigurou a análise da periferia, nascido na zona norte de São Paulo, KL Jay é responsável pelos samplers que fizeram e fazem parte da trilha sonora de jovens e adultos. Com o Racionais MC’s, o DJ não se ateve ao português coloquial para falar de duas características marcantes da vida brasileira: racismo e violência.
Racistas otários, nos deixem em paz! O clamor é parecido, mas estamos tratando de uma São Paulo diferente. Na década de 1980, a o regime militar saía de cena. Mas, a repressão seguia a passos largos. Naquele tempo, ser preto e morador da periferia era quase um casamento sacramentado com a morte.
Um homem na estrada recomeça sua vida. Nos anos 1980, quem mais morria eram homens. Assim como o Racionais, a taxa de óbitos não parava de subir. A chegada de Sobrevivendo no Inferno – celebrando seus 20 anos em 2018 com direito ao lançamento de um livro e presença no vestibular da Unicamp – foi marcado pelo salto nas mortes no Estado de São Paulo. Para se ter ideia dos efeitos, os homicídios passaram de 12,8 por 100 mil habitantes em 1980, para 44,2 em 1999.
A primeira parte do papo analisa os 20 anos de ‘Sobrevivendo no Inferno’
A diferença é que, ao contrário dos tempos obscuros da ditadura, os mortos tinham voz. A voz que ecoava dos microfones e rimas de Mano Brown, Ice Blue e Edi Rock e também das picapes de KL Jay.
Em qual mentira vou acreditar? Foi assim que muita gente se posicionou diante das justificativas de Fleury Filho e do Coronel Ubirtan Guimarães, nomes que instantaneamente fazem lembrar do Massacre do Carandiru.
KL Jay criticou parte dos fãs que não entendem a mensagem dos Racionais
Em conversa com o Hypeness, KL Jay diz que o número final de 111 mortos foi muito conveniente. “Morreu muito mais gente”, diz o rapper em entrevista feita no centro de São Paulo.
O tempo passou, os Racionais ganharam experiência, mas não pararam de lutar. Somos o que somos, cores e valores. Foi assim que o grupo de rap mais importante da história tratou da onda conservadora que já se fazia presente na época do lançamento de Cores e Valores em 2014.
O artista exaltou o domínio feminino na cena do rap atual
Abaixo, você pode conferir a primeira parte da entrevista de KL Jay com o Hypeness. Os 20 anos do Sobrevivendo no Inferno e a presença feminina dentro e fora do rap nortearam o papo. Está tudo aí, à disposição de quem pretende refletir e pensar o Brasil para além do véu do obscurantismo.
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