Inspiração

‘Feliz demais’, Papai Noel negro celebra sucesso em shopping paulista

21 • 11 • 2018 às 16:06
Atualizada em 22 • 11 • 2018 às 10:43
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.


De cara, Rubens Campolino estranhou o convite para ser Papai Noel em um shopping no interior de São Paulo. Afinal, você já viu um homem negro vivendo o Bom Velhinho? Coisas do racismo.

Mesmo  desconfiado, o metalúrgico resolveu aceitar o convite. Foi a melhor decisão possível, já que o aposentado está fazendo muito sucesso na internet e entre os visitantes do centro de compras. Coincidentemente, no Dia da Consciência Negra, o senhor de 70 anos comemorou um ano desde que vestiu a roupa de Papai Noel pela primeira vez.

O primeiro Noel negro atende em um shopping na cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo. Rubens Campolino ressaltou a importância da representatividade, principalmente entre os mais novos.

O sorriso do Papai Noel é a demonstração na prática do tamanho da representatividade

“Eu sou o Papai Noel para todo mundo. As reações das crianças variam, tem crianças negras que acabam comentando que pareço um parente, o pai, o avô e já se sentem em casa”, disse ao G1.

É bom reiterar que o convite foi recebido com surpresa. Claro, em uma sociedade formada a partir da discriminação, é quase impossível encontrar homens negros vestidos de Papai Noel. A imagem é comumente associada aos brancos. Graças a sua esposa, a história foi diferente para Rubens.

O efeito é transformador para crianças negras

“Me procuraram e fizeram a proposta de eu ser Papai Noel. Aí eu respondi: ‘ tudo bem, mas você viu a foto minha?, viu que eu sou negro?’. Aí responderam que eu ia ser o primeiro Noel negro. Minha esposa apoiou e disse que eu tinha que me preparar para reações positivas, mas também negativas. E hoje estou aqui”, finalizou.

O caso de Rubens Campolino ressalta a relevância da quebra de estereótipos. O conceito de diversidade só é colocado em prática a partir de ações que descentralizadoras. Não há espaço para que o negro ocupe sempre o papel de ameaça ou vulnerabilidade. Afinal, quem disse que o Papai Noel não pode ter pele escura e cabelos crespos?

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Fotos: foto 1: Julio Sonnewend/Vale Sul Shopping/foto 2: Reprodução


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