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Thay Sisnande foi convidada para participar de um evento universitário realizado em um hotel da zona sul do Rio de Janeiro. A professora da Universidade Federal do Rio Janeiro saiu da Ilha do Fundão, onde inclusive fica o campus da UFRJ e chegando ao evento foi vítima de racismo.
“Cheguei na porta do hotel (daquelas redes de hotelaria enormes com gente de uniforme que abre a porta do carro pra você – você, o hóspede), com a minha caixa e meu guarda-chuva. Perguntei se era naquele hotel que estava acontecendo o congresso, disse que estava indo pra lá. Nem passei da porta. O funcionário imediatamente me orientou que era pra dar a volta na rua e entrar pela porta de serviço, o congresso era no 2° andar”, disse em relato publicado no Facebook e curtido por mais de 60 mil pessoas.
A orientação causou surpresa, mas mesmo para pessoas negras, em alguns momentos os efeitos do racismo passam despercebidos. Pelo menos por alguns instantes. Foi justamente o que ocorreu com Thay.
Cheguei na portaria de serviço, caçambas de lixo, funcionários da limpeza batendo ponto, eu e minha caixa. Um dos funcionários com espanto me pergunta o que eu tô fazendo ali, a entrada é pela outra porta. Eu disse que o outro moço tinha me mandado ir pra lá, por causa do congresso. Ele me responde que não era não. Mas já que eu já tava ali, me falou pra ir até o funcionário do balcão. Esse, constrangido, me mostra onde é o elevador. Entro no elevador, todos me olhando sem entender muito bem, no 1° andar, entra uma funcionária com lixo que pediu desculpas pelo lixo e meio sem graça de estar dividindo o espaço comigo.
Assim como milhões de mulheres negras, Thay é inspiração pura
Quando finalmente chegou no segundo andar para participar pelo congresso organizado pela UFRJ, Thay percebeu que havia sido discriminada na cara dura. Nem precisa dizer, mas a gente fala, a professora do ensino superior foi confundida com uma funcionária do Hotel Windsor por estar carregando uma caixa.
“Cheguei no 2° andar, fiz o check in no evento. Olhei a minha volta, a ficha caiu mas eu não quis acreditar. Me senti enojada, desci pelo elevador social e passando pelo funcionário que abre a porta dos carros ouvi “e aí? Conseguiu achar o congresso?’ Sorri sem graça e fui pra casa”.
Thay conta que era a segunda negra participante do evento. O racismo foi informado para a professora responsável pela organização, que indignada, procurou os diretores do Windsor. Ela ressalta que foi procurada por um funcionário do hotel, que se justificou com as mesmas desculpas de sempre, mas em momento algum reconheceu a conduta racista.
Olha, eu não sei quem deu a ordem pra quem. Mas, eu estou nesse congresso como convidada! Eu sou professora da UFRJ, aluna de doutorado e se vc olhar em volta, eu e a professora somos as únicas negras participantes desse evento. Eu e ela estamos num local onde não temos o mínimo de representatividade. Nós somos a representatividade! Vocês esperam que pessoas como nós, estejam numa posição de servir como os outros negros que se encontram servindo o café, tirando o lixo! Mesmo que eu fosse a entregadora de pizza! É desumano subir junto com o lixo! Reveja esse racismo institucional de vocês, eu não piso mais nesse hotel. Depois disso o homem me solta: olha, nós não somos racistas. Só olhar pros nossos funcionários.
Como representatividade importa mesmo e nossa missão é inspirar, separamos algumas pessoas negras com trabalhos incríveis que você deve conhecer urgentemente.
As mulheres negras seguem em marcha pela garantia dos seus direitos!
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