Ciência

Novo estudo sugere que Luzia, a primeira brasileira, não era negra

12 • 11 • 2018 às 08:21 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Realizado por 72 pesquisadores de oito países, um novo estudo alterou o que se sabia a respeito da origem das diversas etnias do continente americano. A mudança é tamanha que altera inclusive a projeção de como seria o rosto de Luzia, o mais antigo crânio humano já encontrado no continente, que estava no incêndio recente que destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro.

O estudo foi realizado a partir do DNA fóssil com amostras dos mais antigos esqueletos já encontrados nas Américas.

O novo rosto de Luzia, desenvolvido a partir da nova pesquisa

Segundo o estudo, todas as etnias do continente derivam de um único grupo ancestral, contrariando a noção anterior de que a população das Américas viria de duas levas migratórias, vindas da Ásia.

A nova conclusão, publicada na revista Cell, aponta que todas as populações de cá descendem de um povo vindo pelo estreito de Bering há cerca de 20 mil anos. Resquícios desse povo seriam registrados na Sibéria e no norte da China.

Crânio de Luzia, no Museu Nacional, antes do incêndio

Assim, o rosto de Luzia perde um tanto de suas feições africanas para ganhar traços mais orientais. Um novo desenho foi realizado, atualizando o desenho anterior da década de 1990. A pesquisa aponta, portanto, que a diversificação da população americana se deu já no próprio continente, com uma leva povoando a América do Sul, e outras, mais recentes, povoando o resto do continente.

A antiga reprodução do rosto de Luzia

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© fotos: divulgação


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