Durante conversa com os jornalistas, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni polemizou ao dizer que a Noruega deveria tomar aulas de preservação ambiental como Brasil.
A fala ecoou até chegar aos ouvidos do embaixador norueguês. Nil Martin Gunneng usou o Twitter para responder e convidar o ministro do governo eleito para uma visita ao posto diplomático do país nórdico em solo brasileiro.
“Noruega aprendeu muito a respeito de preservação ambiental com o Brasil. Os resultados pelo Fundo Amazônia são impressionantes para o mundo”, escreveu Gunneng.

Onyx ainda não respondeu ao convite do embaixador da Noruega
Exaltando os 10 anos de colaboração entre os dois países, o diplomata reiterou o convite para uma um encontro com Onyx. “Será um prazer receber o senhor em nossa embaixada para conversar sobre a floresta e outras áreas de cooperação”.
O destempero do ministro chefe da Casa Civil aconteceu depois ser perguntado pelos jornalistas sobre nomes para ocupar o Ministério do Meio Ambiente. O colunista Ancelmo Goes revelou que a atriz Maitê Proença esteve na lista.
Onyx criticou organizações internacionais de preservação do meio ambiente, que segundo ele, “levam 40% deste dinheiro”, disse endossando fala do presidente eleito contra o que o governo classifica como ‘ativismo’.
“O que nós fizemos não vale nada, o que vale é a Noruega. E a floresta norueguesa, quanto eles preservaram? Só uma coisa importante que tem que ser lembrada: o Brasil preservou a Europa inteira territorialmente, toda a União Europeia, com as nossas matas, mais cinco Noruegas. Os noruegueses têm que aprender com os brasileiros, e não a gente aprender com eles”, encerrou.
A troca de farpas é motivada também pela crise no Fundo Amazônia. O acordo entre os dois países foi firmado em 2009 e a Noruega é um dos principais doadores. Entretanto, por causa dos altos níveis de desmatamento, os noruegueses anunciaram cortes nos investimentos.

O diplomata se manifestou pelas redes sociais
Por se tratar de um país continental, o Brasil tem mais dificuldades de controlar o nível de derrubada de árvores em todo o território nacional. Porém, nos últimos 12 meses o desmatamento na Amazônia subiu 40%. De acordo com o Instituto Floresta, o local perde uma área 13 vezes o tamanho de Horizonte.
ONGs garantem que a falta de fiscalização e o avanço do agronegócio são os grandes responsáveis. O Imazon explica que 83% das árvores são derrubadas para a criação de áreas de pasto e agricultura.
A Noruega, por sua vez, decidiu proibir o corte árvores e a compra e produção de matérias-primas que contribuam para o desmatamento no mundo. O país também está buscando restringir as vendas de carros movidos à gasolina até 2025, mostrando que sempre é possível fazer mais pelo meio ambiente.