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Ah, o mundo mágico da sétima arte…como é bom nos transportar para cenários distópicos por algumas horas ou simplesmente ter aquela epifania maravilhosa sobre os assuntos abordados, que de maneira subjetiva ou escancarada, estão presentes no cotidiano. Selecionamos 15 filmes imperdíveis de 2018 para você refletir, rir, chorar e, quem sabe, reagir!
O saldo de 2018 foi bem positivo, com uma certa diversidade tanto no cinema premiado internacionalmente quanto nos longas independentes, exibidos para poucos e bons. No imenso mar de estreias deste ano, é uma tarefa difícil catalogar “os melhores”, porque a qualidade foi alta.
As opiniões sempre se dividem, divergem, mas no final das contas o que importa mesmo é como aquela obra tocou a vida das pessoas, o que trouxe para o mercado como ponto de insurgência ou euforia, e o que iremos fazer a partir do momento de contato com aquelas histórias todas. Mesmo dentro da ficção, sempre há resquícios de realidade, muitos dos quais não queremos enxergar, que dialogam com a nossa própria existência.
Mais do que assistir, é preciso se envolver no que está sendo transmitido, contextualizar, questionar, debater a trama ao redor dos personagens. Só assim a gente consegue ir além das barreiras entre projetor e espectador. Se você der um mergulho profundo, pode ter certeza que vai fazer traços do filme respingarem, seja nos seus amigos, na sua família ou na motorista do uber.
Infiltrado na Klan
[Em cartaz nos cinemas]
Um dos filmes mais falados dos últimos meses, Infiltrado na Klan surpreendentemente se baseia numa memória real: em meados de 1970, um policial negro arquiteta um plano para se infiltrar no grupo supremacista branco Ku Klux Klan e, por incrível que pareça, triunfa na missão. O trailer dá um tom meio bobinho à narrativa, mas não se engane. Para pessoas como o diretor Spike Lee a história não para por aí, e é exatamente a sequência de sua linha de raciocínio que torna o filme incrível, com direito a um belo soco na cara de presente para os espectadores. Não desvie.
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22 de Julho
[Disponível na Netflix]
Quer entender como a onda de extrema-direita chegou nos atuais patamares? Eis aqui um bom exemplo sobre essa perturbadora retomada de poder, especialmente quando cai nas mãos de psicopatas que vivem na sombra de discursos de ódio e normalizam atos violentos. Baseado no livro “One of Us”, sobre os atentados que marcaram a história recente da Noruega, em 22 de julho de 2011, o filme remonta o dia do massacre em que um só homem conseguiu matar 77 pessoas em dois lugares diferentes: Oslo e a ilha de Utoya. É uma obra visceral, com ritmo na medida, cenas fortes, ótimas atuações e muito choro, inclusive, o seu.
Ilha dos Cachorros
Assinado por Wes Anderson, a animação em stop-motion é uma valsa entre melhores amigos e piores inimigos, que te convida para dançar em meio a uma grande aventura. Acompanhamos a saga do garoto de 12 anos Atari Kobayashi em busca de Spots, seu cãozinho perdido, que na verdade foi levado junto a outros a uma ilha vizinha com a desculpa de espalharem uma epidemia na cidade de Megasaki, comandada por um político nada idôneo. Bom humor, cultura oriental e temas atuais são alguns dos elementos que trazem uma camada de verniz para a narrativa.
Pantera Negra
Aclamado pela crítica e fora do lugar-comum entre as superproduções de filmes de super-heróis, Pantera Negra não precisa justificar seu sucesso. Na história com raízes africanas, visitamos o sofisticado reino de Wakanda no momento em que acontece a alternância de poder de pai para filho. O príncipe T’Challa é desafiado a proteger não apenas o povo e o metal precioso que criaram, mas seu próprio legado, ameaçado por vilões esperados e inesperados. É afrofuturista, cheio de referências étnicas e culturais importantes, sob a atuação de um bom elenco que fez história em meio a uma Hollywood racista.
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Três Anúncios para um Crime
Uma filha brutalmente assassinada. Uma mãe sedenta por justiça. Dois policiais incompetentes e sem vontade de solucionar o caso. Esse é o fio da meada que conduz a história de Três Anúncios para um Crime. Em meio ao luto e a inconformidade, a durona Mildred Hayes resolve alugar três outdoors numa estrada para alertar sobre o caso, numa incessante busca por respostas. Vale a pena assistir não apenas por ser um tanto peculiar, mas especialmente pela atuação de Frances McDormand no papel principal (que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz), seguido pela dupla de policiais, interpretados por Sam Rockwell (premiado no Oscar como Melhor Ator Coadjuvante) e Woody Harrelson.
Assunto de Família
Premiado com a Palma de Ouro em Cannes, Assunto de Família é uma drama social japonês, com um roteiro interessante. Vemos a construção de laços de amor entre uma família sem condições de sobrevivência, mas feliz à sua maneira. Se sustentando a partir de pequenos crimes, acabam acolhendo Yuri, uma negligenciada garotinha que estava ao relento, construindo um novo capítulo a partir de então. Sem esbarrar em clichês, o debate gira em torno da natureza que compõe os tais valores familiares, questionando exatamente quais seriam eles, qual é o juízo de valor que determina o que é ou não uma família, a partir da conduta e personalidade dos personagens. Tem um quê de subversivo dentro de um tema respaldado pela “moral e bons costumes”.
Guerra Fria
O amor em preto e branco, tem coisa mais romântica e melancólica do que isso? No premiado romance político de Pawel Pawlikowski, o amor é colocado em cheque, questionando que o simples ato de amar não é o suficiente para manter duas pessoas juntas. Numa Polônia pós-guerra, a narrativa inspirada nos pais do diretor traz nuances da vida sentimental do casal Wiktor e Zula, que não compartilham nada em comum além do desejo incondicional. O violento contexto histórico e a personalidade de ambos torna o relacionamento improvável, entre idas e vindas sufocantes. Guerra Fria é daqueles filmes esteticamente impecáveis, com direito a uma linda trilha sonora jazzística. Apesar de tudo parecer perfeito, no fundo você sabe que não é bem assim. É aí que mora o brilho da obra.
A Favorita
[Em cartaz nos cinemas]
Regado com humor ácido e rivalidade feminina, A Favorita se passa no início do século 18, mais precisamente nas dependências da frágil rainha Anne. A seu lado está Lady Sarah, tida como “a favorita” entre todas as pessoas que cercam a monarca, uma figura vista como conselheira, bem típica da época. No meio da relação manipuladora entra em cena Abigail, prima de Sarah, para disputar o cargo dentro da realeza. Indo além do figurino distinto e da temática tipicamente pomposa da corte, o longa de Yorgos Lanthimos tem tudo para ser meio bufão, mas no fundo revela a perversidade da ambição, uma disputa de poder e influência disfarçada de veneração e lealdade.
O Conto – The Tale
[disponível na HBO]
Dirigido por Jennifer Fox, o longa The Tale, faz alusão a um conto, como sugere o título, mas pode facilmente se confundir com a realidade. A começar pelo fato de que a personagem principal, interpretada por Laura Dern, tem o mesmo nome da diretora, que aqui resolveu transformar sua dor em arte. Já na meia idade, essa mulher revisita o passado de abuso sexual por meio de suas memórias confusas, trazendo questionamentos não apenas para a própria Jenny como para o espectador. É um tanto indigesto, íntimo e extremamente necessário, pois trata-se de um assunto delicado, mostrando a visão deturpada da vítima numa montanha-russa de emoções.
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Desobediência
[Disponível no YouTube Filmes]
Com duas ótimas atrizes nos papéis principais, o longa do chileno Sebastián Lelio (que levou o Oscar por ” Uma Mulher Fantástica”) tem tudo para ser polêmico: religião e relação homoafetiva. A história mostra a fotógrafa Ronit Krushka (Rachel Weisz) indo à Londres para o enterro do pai, líder de uma pequena, conservadora e ultraortodoxa comunidade judaica. Uma aura fúnebre, carregada de infelicidade, permeia o figurino, a fotografia e as emoções. Ao chegar no local, é recebida com certo desconforto pelos familiares e descobre que o primo Dovit se casou com Esti, antigo amor dela. No meio de conflitos pessoais e morais, o filme reacende o debate em torno da diversidade, do amor, do pudor e da castidade.
Projeto Flórida
[Disponível no YouTube Filmes]
Projeto Flórida é um recorte de algo que vem acontecendo no fabuloso mundo do Estados Unidos da América. A economia vai bem, mas para quem? Algo a se pensar. No longa, acompanhamos personagens marginalizados na terra do Tio Sam: Halley e sua filha Moonee, de seis anos da idade, que dá um show de interpretação. A dupla vive num motel barato próximo ao cobiçado destino de férias Walt Disney World Resort, revelando o abismo social e uma certa ilusão de felicidade. As condições financeiras não impedem que a mente fértil de Moonee crie um parque de diversões para chamar de seu. São várias as dicotomias da história, sempre entre opostos: responsabilidade e diversão; realidade e fantasia; infância e vida adulta. O diretor é Sean Baker, que ficou conhecido por “Tangerine”, filmado com um iPhone 5S.
O Beijo no Asfalto
[Em cartaz nos cinemas]
Olha o cinema noir brasileiro aí, meu povo! Desta vez, o drama de Nelson Rodrigues é agraciado com um poderoso elenco, contando com Fernanda Montenegro, Amir Haddad, Stênio Garcia, Debora Falabella e Lázaro Ramos, além de Murilo Benício na direção pela primeira vez. Num tom teatral em preto e branco, o longa começa a partir de um breve beijo entre desconhecidos, tecendo então uma enxurrada de acontecimentos. Passa pelos olhos do público que presenciou a cena, de um jornal sensacionalista, e da família de Arandir, protagonista da histórica e autor do polêmico beijo. Retrato de uma desordem em meio a rumores e a transformação de pequenas atitudes em algo gigantesco.
Em Chamas
[Em cartas nos cinemas]
Produção sul-coreana, o filme se baseia no conto “Queimar Celeiros”, do escritor Haruki Murakami, que ganhou destaque internacional nos últimos anos. Levando para casa o Prêmio da Crítica no Festival de Cannes, Em Chamas faz um estudo sobre a solidão moderna e suas vertentes, incluindo doses de ciúmes, julgamentos, segredos, crises existenciais e violência. O aspirante a escritor Jong-Su reencontra, por acaso, com uma amiga de infância, com quem tem alguns encontros. Ao retornar de uma viagem para a África, ela está acompanhada de outro homem. O trio tenta se manter firme e forte no amor e na amizade. Porém, não demora a aparecer as marcantes diferenças entre eles, fazendo com que o circo comece a pegar a fogo. E queima.
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Sorry to Bother You
[Ainda sem estreia prevista no Brasil]
Tem comédia nessa lista sim! Se você assistiu a brilhante série “Atlanta” (e se não, tem na Netflix!), vai reconhecer o ator principal de Sorry to Bother You logo de cara. Lakeith Stanfield é, por definição, um fodido de auto estima baixa que, no auge do desemprego, encontra uma oportunidade no telemarketing. Numa doideira coletiva, ele encontra meios de subir na profissão, mas a medida em que é promovido também enfrenta conflitos morais, já que está numa empresa com regime de trabalho quase escravocrata. O longa surrealista dirigido pelo rapper e ativista Boots Riley levou o Festival de Cinema de Sundance ao delírio.
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