Debate

‘Ameaça à democracia’: polícia intercepta plano para matar deputado Marcelo Freixo

14 • 12 • 2018 às 09:33
Atualizada em 14 • 12 • 2018 às 10:30
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) deveria estar morto no sábado (15). O plano de assassinato foi divulgado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que descobriu a articulação por meio do Disque Denúncia.

A denúncia diz que um policial militar e dois comerciantes ligados a um grupo de milicianos da Zona Oeste seriam os autores do crime. O deputado federal eleito acredita ser precipitado ligar o plano ao assassinato da vereadora Marielle Franco.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Freixo classificou o atentado com uma “ameaça à democracia”. O parlamentar do PSOL pediu proteção do Governo do Estado para garantir sua segurança.

Freixo acha cedo para especular sobre possíveis ligações com o assassinato de Marielle

“É inadmissível que no século XXI essas pessoas ameacem as autoridades dessa maneira. Nós não vamos parar, mas eu exijo proteção e segurança do Estado. Não acho que esse crime tenha ligação com o assassinato de Marielle Franco”, finalizou.

A Polícia Civil aponta que o trio pode ter conexões com grupos de milicianos da zona oeste do Rio de Janeiro há pelo menos cinco anos. Os três aparecem ainda no controle de operações da máfia dos caça-níqueis e do jogo do bicho.

O relatório confidencial da Polícia Civil mostra que Freixo deveria ser morto em Campo Grande, durante uma agenda de trabalho. Conforme divulgou nas redes sociais, ele se encontraria com professores da rede particular de ensino e militantes no sindicato da categoria.

Marcelo Freixo é ameaçado de morte desde 2008, quando assumiu a presidência da CPI das Milícias. “No mês em que a CPI das Milícias completa 10 anos, voltei a ser ameaçado. A CPI foi um marco no combate ao crime: mais de 200 indiciados e principais chefes presos. Apresentamos 48 medidas para enfrentar a máfia, mas nada foi feito.”

Quem matou Marielle Franco e Anderson Gomes?

A notícia surge nove meses depois da morte da vereadora do PSOL Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Os dois foram assassinados a tiros no centro do Rio de Janeiro e até agora a polícia não conseguiu encontrar os culpados.

Ainda não se sabe quem mandou matar Marielle Franco

Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o Secretário de Segurança do Rio diz que o crime foi motivado pela disputa de terras. “Era um crime que já estava sendo planejado desde o final de 2017”.

Richard Nunes revela que são grandes as chances dos autores do assassinato estarem mortos. “A milícia atua muito em cima da posse de terra e assim faz a exploração de todos os recursos. E há no Rio, na área oeste, na baixada de Jacarepaguá, problemas graves de loteamento, de ocupação de terras. Essas áreas são complicadas”, encerrou.

O secretário acredita que Marielle estava conscientizando os moradores sobre a importância da posse de terra. “Isso causou instabilidade e é por aí que nós estamos caminhando. Mais do que isso eu não posso dizer”.

Na quinta-feira (13), a Delegacia de Homicídios fez uma operação no Rio de Janeiro e em Minas Gerais para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão relacionados aos crimes. Ninguém foi preso na ação.  

 

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