Fotografia

Artista brasileira colore fotografias de prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz

16 • 12 • 2018 às 14:14
Atualizada em 18 • 12 • 2018 às 06:15
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

A tragédia humana é também aprender tão pouco com as próprias tragédias passadas. O nazismo e o holocausto podem parecer horrores de um passado distante, mas a verdade é que são acontecimentos recentes, e que terrivelmente seguem vivos, em vozes cada vez mais volumosas no cenário atual. Intitulado “Faces of Auschwitz”, o trabalho da artista brasileira Marina Amaral parece ao mesmo tempo manter viva – e atual – a memória dos que morreram no maior campo de concentração nazista, como também denunciar a atualidade de tal horror – o quanto o preconceito, a perseguição e a intolerância seguem vivos e atuantes ainda hoje.

Em parceria com o Museu Auschwitz-Birkenau, Marina selecionou 20 das mais de 38 mil fotos de registros dos prisioneiros do campo tiradas entre 1941 e 1945, e as coloriu – trazendo para hoje o sentido passado e distante que o preto-e-branco das imagens sugeria. “Eu quis dar às pessoas a oportunidade de conectar com as vítimas em um nível emocional, de um jeito que é talvez impossível se você as vir em preto e branco, representando algo velho, um evento histórico que aconteceu muitos anos atrás”, disse Marina.

Cerca de 1,1 milhão de pessoas, em sua maioria judeus, tenha sido assassinado em Auschwitz, entre 1940 e 27 de janeiro de 1945, quando o campo foi finalmente liberto pelas tropas soviéticas. As mais de 38 mil fotos que sobreviveram à destruição nazista hoje estão armazenadas no museu, e o desejo de Marina seria de colorir todas as imagens – trabalho que levaria anos e anos. “Se eu conseguir contar ao menos 200 ou 300 histórias individuais, estarei satisfeita”, ela diz.

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© fotos: Museu Auschwitz-Birkenau


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