Debate

Contra xenofobia, supermercado alemão retira todos produtos estrangeiros das prateleiras

04 • 12 • 2018 às 00:26 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Os clientes que passaram em algum supermercado da rede Edeka, na cidade de Hamburgo, na Alemanha recentemente levaram um susto: como se passassem por um cenário de extrema crise econômica ou guerra, as prateleiras estavam praticamente todas vazias, com somente alguns produtos solitários restando.

O cenário apocalíptico, no entanto, era proposital, e foi feito pelo próprio supermercado com um propósito nobre: tratava-se de uma campanha contra a xenofobia e o preconceito, na qual todos os produtos que haviam desaparecido das prateleiras eram fabricados fora da Alemanha – eram produtos “imigrantes”.

Só restaram, portanto, os produtos nacionais, feitos no próprio país – e muitos produtos essenciais haviam simplesmente desaparecido. Para quem demorou um pouco mais a entender, algumas placas ajudaram na compreensão do gesto: “Veja como é vazia uma prateleira sem estrangeiros”, dizia um dos sinais. “Esta prateleira fica tão entediante sem diversidade”, lia-se em outra placa.

A campanha rapidamente ganhou as redes sociais e viralizou pelo mundo. A rede Edeka então se pronunciou, afirmando que apoia a produção nacional – sendo ela própria uma grande produtora – mas que é justamente junto com os produtos vindos de outros países que podem oferecer a diversidade tão valorizada pelos clientes – oferecendo com elegância, ousadia e contundência sua posição sobre a xenofobia que tragicamente ainda tanto se percebe na Alemanha e na Europa como um todo.

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