Ciência

Extremistas de direita e esquerda não entendem as próprias opiniões, aponta estudo

19 • 12 • 2018 às 17:54 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Vivemos hoje em um mundo onde as relações sociais são cada vez mais pautadas por posições políticas extremadas. Sabemos que tais posicionamentos, sejam à direita ou à esquerda, nos oferecem um sentido para nossas vidas – ainda que, tal qual faz a religião, não dialoguem exatamente com a realidade.

Um estudo realizado pela University College London sugere, no entanto, que a manutenção de radicalismos podem afetar nossa capacidade cognitiva – mais objetivamente, nossa “metacognição” ou a capacidade de refletir sobre nossas próprias posições e opiniões.

Através de perguntas objetivas, dois grupos diversos, com pessoas em intensidades variadas de seus posicionamentos políticos assim como em orientações políticas diversas, mediram primeiramente sua confiança sobre suas posições. Foi pedido ao grupo que adivinhasse, diante de duas cartelas, quais tinham mais pontos impressos. A média de acerto foi igual entre todos os grupos, mas os que foram identificados como radicais mantiveram-se confiantes em suas respostas mesmo depois de apontadas como incorretas.

A pesquisa não sabe afirmar se a dificuldade em questionar é fruto do radicalismo, ou o contrário: se o radicalismo político nasce da baixa capacidade “metacognitiva”. O resultado, porém, sugere ser possível ajudar as pessoas a desenvolverem melhor essa capacidade – e, assim, quem sabe, também conviverem melhor com opiniões divergentes, sejam à esquerda, sejam à direita.

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