Ciência

Síndrome de Felícia: Por que sentimos vontade de esmagar o que é fofo

17 • 12 • 2018 às 15:25
Atualizada em 19 • 12 • 2018 às 15:35
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Basta nos vermos diante de um gatinho ou cãozinho para nos vermos diante de um curioso, inevitável e unânime sentimento: a vontade irrefreável de apertar e até mesmo esmagar os animaizinhos mais fofos. Mas qual é o motivo para sermos tão frequentemente assaltados por esse complexo de Felícia que parece tomar a todos nós diante da fofura? Há, para a ciência, um nome um tanto paradoxal para tal fenômeno: “Cute Agression”, ou Agressão fofa.

Tal reação nos toma, segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia, a partir tanto das nossas emoções quanto do sistema de recompensas do nosso cérebro – afetando assim tanto nossas atividades neuronais quanto o nosso comportamento.

Um relatório sobre as Agressões fofas ilustra o quanto não somos capazes de lidar com sentimentos extremos de euforia – algo similar às lágrimas de felicidade ou, em um sentido oposto, a quando rimos em momentos de tensão.

O que o cérebro faz para te proteger de um pico intenso de uma emoção é enviar uma injeção de um sentimento oposto, a fim de aliviar o estado de excitação – ou tensão – inicial. Trata-se, porém, de uma reação extrema e um tanto descontrolada do cérebro, considerando o sentimento de fofura diante de animais e bebês se dá para que sejamos estimulados a cuidar deles. Então, no lugar de esmagar furiosamente um gatinho ou cão, lembre-se que o razoável a se fazer é o contrário: cuidar do animal.

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© fotos: divulgação


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