O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou no caso de contaminação envolvendo quatro praias de Arraial do Cabo, no litoral fluminense.
O mar das praias que banham a cidade conhecida como ‘Caribe brasileiro’ ganhou uma coloração esverdeada, bem diferente dos tons de azul e verde e da transparência de outros tempos.
Isso aconteceu por causa do rompimento de uma tubulação provocando o despejo de um material escuro em algumas das principais praias do local. O caso pegou turistas e moradores de surpresa e os lugares foram classificados como impróprios para o banho.

O derramamento de esgoto foi provocado pelo rompimento de uma tubulação
O MPRJ explicou ao G1 que o inquérito investiga a conduta da concessionária responsável pelo abastecimento de água, a Prolagos, além da Prefeitura de Arraial do Cabo. A Prefeitura ainda não se posicionou e a Prolagos informou que não foi notificada pelo Ministério Público.
O rompimento da tubulação aconteceu na sexta-feira (25) durante um temporal que atingia a cidade. O material escuro chegou ao mar a partir da orla da Prainha. Não se sabe ainda detalhes sobre a possível contaminação.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) coletou amostras da água na Prainha, Praia do Anjos e Praia do Forno e os resultados vão apontar os níveis de contaminação. Na terça-feira (29), a coloração esverdeada foi vista nas Prainhas do Pontal do Atalaia, uma das mais frequentadas de Arraial do Cabo. O Inea confirmou a coleta de amostras no local. A Prolagos também coletou água para análise.
O problema ambiental provocou o surgimento de algas mortas e microlixos na Praia do Forno. A Prefeitura fez a limpeza, em parceria com a Fundação do Meio Ambiente, Ciência e tecnologia. Um mutirão está previsto para o dia 9 de fevereiro.
Apesar da fuga de turistas, o acesso às Prainhas do Pontal do Atalaia está liberado, mas os banhistas são orientados a não entrarem na água. “A gente vem, realmente esperando que vai ter aquela água azulzinha, toda limpinha. Aí chega tá tudo preto, tudo estranho, não gostei muito não”, declarou ao G1 a turista Nete Carvalho.
Segundo o governo municipal, a Prolagos é cobrada para otimizar o tratamento de esgoto na região desde 2016.