Andressa Urach foi nomeada como nova assessora da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Grande do Sul. A ex-modelo desistiu da faculdade de enfermagem para se matricular em curso de gestão pública.
Membra da Igreja Universal do Reino de Deus, Urach foi nomeada pelo deputado Sérgio Peres (PRB) – presidente da comissão e pastor da Universal. Andressa admite não ter formação superior ou curso na área, mas ressalta os trabalhos voluntários realizados ao longo de quatro anos.
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“Eu contava a minha história como forma de inspirar as mulheres a recomeçar. Também pela igreja, e por meio de conversas e cursos, ajudava mulheres vítima de violência doméstica a lidarem com o trauma. Abandonei a faculdade de enfermagem, que comecei no ano passado, e me matriculei em um curso de gestão pública, para entender de burocracias. Minha função vai ser vai ser atender pessoas que tiveram seus direitos humanos violados e ajudá-las. Trabalharei com uma equipe que, aí sim, é especializada”, explicou em entrevista ao Universa.

A ex-modelo quer se reunir com Damares Alves
Urach será responsável por atender civis e organizações sociais com demandas relacionadas com os direitos humanos. A assessoria de Sérgio Peres explica que a escolha se deu pelos trabalhos realizados por ela em presídios e a participação em projetos de apoio às mulheres.
Embora tenha comemorado a vitória do parlamentar em seu perfil no Instagram, Andressa Urach rechaça favorecimento na nomeação. Citando vício em cocaína e abuso sexual na infância, a nova assessora da Comissão de Direitos Humanos fala da “importância de dar segundas chances a criminosos”. O posicionamento diverge dos conceitos defendidos por Jair Bolsonaro (PSL), apoiado por Andressa Urach nas eleições.
“Eu não preciso concordar com tudo que ele diz. Acho que se você cometeu um erro, deve pagar por ele, mas não é matando que se resolve o problema. É preciso dar a essas pessoas oportunidade de emprego e cursos para que ela volte ao mercado de trabalho”.

Andressa disse que não precisa concordar com tudo que diz Bolsonaro
Contra o aborto, “acho que há assuntos mais importantes”, ela prefere não opinar sobre a postura de Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. “Eu não a conheço pessoalmente, mas quero marcar uma reunião com ela. Tenho uma amiga que está mais próxima dela e vou pedir que faça essa ponte. Quero falar sobre futuros trabalhos”.
Andressa Urach participou do Miss BumBum em 2012, mas largou a carreira de modelo. Atualmente se dedica à religião evangélica. Em 2015, lançou a autobiografia “Morri para viver”. O livro narra o período em que a gaúcha ficou entre a vida e a morte depois de uma infecção causada pela aplicação de hidrogel no corpo.