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Em um momento para o país em que nunca foi tão importante o trabalho de jornalistas sérios e dedicados, a perda de um nome como Ricardo Boechat é um baque insubstituível, que torna ainda mais forte o vazio humano que a morte de alguém nos traz. Boechat estava no helicóptero que caiu hoje sobre um caminhão, na ligação do Rodoanel com a rodovia Anhanguera, em São Paulo, enquanto tentava realizar um pouso de emergência. Segundo informações, o piloto da aeronave também morreu no acidente.
Filho de um diplomata, o jornalista nasceu em Buenos Aires, na Argentina, em 1952, durante um serviço do pai para o Ministério das Relações Exteriores. Um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro na atualidade, Boechat era âncora do Jornal da Band, na TV Bandeirantes, e da BandNews FM, no rádio. Sua carreira, porém, começou em 1970, como repórter do Diário de Notícias. Nessa mesma época teve início seu trabalho de colunista, colaborando como parte da equipe de Ibrahim Sued. No início dos anos 1980 ele mudaria para O Globo, onde se tornaria titular de sua própria coluna.
Boechat apresentando o telejornal da Band
Tendo trabalhado nos principais jornais do país, entre eles O Globo, O Dia, O Estado de São Paulo e Jornal do Brasil, Boechat se tornou ainda mais popular na TV. Participou como colunista para o SBT para o telejornal apresentado por Hermano Henning, e depois migrou para o Grupo Bandeirantes como diretor de jornalismo, tornando-se o principal âncora da emissora em 2006. Boechat também assinava uma coluna semanal na revista IstoÉ.
Como âncora na Rádio Bandeirantes
Ranqueado como o 18º jornalista mais premiado do Brasil em todos os tempos pela Ranking J&Cia, venceu por três vezes o Prêmio Esso – em 1989 (reportagem), 1992 (informação política) e 2001 (informação econômica) – um White Martins de Imprensa, além de nove prêmios Comunique-se, nos anos de 2007, 2010 e 2012 pela categoria “Âncora de TV”, em 2006, 2008 e 2010 em “Apresentador/Âncora de Rádio”, e 2008, 2010 e 2012 em “Colunista de Notícia”. É o único jornalista a vencer o prêmio nas três categorias, e por isso entrou para a galeria do Comunique-se dos Mestres do Jornalismo, e se tornou hors-concours nas categorias “Apresentador/Âncora de Rádio” e “Colunista de Notícias”. Em 2014, uma pesquisa da Jornalistas&Cia elegeu Boechat como o jornalista mais admirado do Brasil, elencando 100 profissionais do mercado – o jornalista venceria novamente o título no ano seguinte.
Boechat também trabalhou como diretor de redação no Jornal do Brasil e outros jornais, e como professor da Faculdade da Cidade, e é autor do livro “Copacabana Palace – Um Hotel e Sua História”, que conta a trajetória de um dos mais famosos e sofisticados hotéis do país, no Rio de Janeiro. O jornalista também chegou a trabalhar como Secretario de Comunicação Social do Estado do Rio de Janeiro por seis meses.
O helicóptero que viajava com Boechat
Ricardo Boechat tinha 66 anos e é pai de seis filhos, e segundo informações havia viajado a Campinas para dar uma palestra e retornava a São Paulo, com o objetivo de pousar no heliporto da Bandeirantes. O chamado de socorro aconteceu às 12h14, e a queda ocorreu próxima ao quilômetro 7 do Rodoanel, no sentido Castelo Branco. A morte do jornalista foi anunciada às 13h51 pelo colega José Luiz Datena, durante a programação da própria TV Bandeirantes. A causa do acidente ainda está sendo investigada.
Sua coleção de prêmios e o reconhecimento e admiração do público por seu trabalho não eram, portanto, por acaso: para além de interesses patronais, ideológicos ou comerciais, Boechat era o exemplo de um jornalista que sabia descontrair, com seu charme e carisma, a costumeira dureza e sisudez do jornalismo diário, sem perder jamais, porém, o compromisso com a verdade, a notícia, a informação e a denúncia.
Se hoje o obscurantismo, as mentiras, a manipulação e os interesses escusos parecem se sobrepor à verdade e ao próprio ofício do jornalismo – que sofre ataques diários de todos os lados no compromisso essencial da profissão com a verdade, a apuração, a notícia real – a morte de Boechat é sentida não só por todos dentro da profissão, como também pelo próprio país – que precisa necessariamente de jornalistas sérios para seguir em frente.
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