A lama resultante do rompimento da barragem da Vale, no Córrego do Feijão, em Brumadinho, está matando a diversidade do rio Paraopeba. Situação semelhante aconteceu com a Bacia do Rio Doce, após o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, há cerca de três anos.
Na última quinta-feira, uma expedição realizada pela Fundação SOS Mata Atlântica monitorou a qualidade da água em diversos trechos do rio. As medições iniciaram em um ponto imediatamente anterior ao rompimento da barragem, em que a água já era considerada comprometida, de acordo com reportagem do Estadão, que acompanhou a expedição.

Em um dos trechos monitorados, a turbidez da água chega a 5.510, o que impede a passagem de luz e torna praticamente impossível a existência de vida. Em alguns lugares, a oxigenação da água chegava a zero, conforme indormaçãoes do SOS Mata Atlântica. Com 510 km de extensão, o Rio Paraopeba abriga mais de 120 espécies de peixes.

A reportagem indica ainda que o material encontrado no rio tende a se sedimentar. Caso o comportamento siga dessa forma, é possível que a lama vá para o fundo do rio após algum tempo. Com isso, após a morte da biodiversidade existente hoje, novas formas de vida podem brotar na região.



A lama da Vale se espalha cada vez mais – no sentido real e figurado. Documentos vazados após um ataque hacker indicam como a empresa lida com potenciais desastres e há informações de que a companhia teria recusado uma tecnologia para o monitoramento da barragem em tempo real. Apesar de tudo isso, o advogado da Vale ainda alega que não houve responsabilidade pelo “acidente”.