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Um assunto delicado foi tema do desabafo de uma mãe no site norte-americano Slate. Ela acusa a funcionária de uma creche de amamentar sua bebê durante dois meses. Como não podia dar de mamar para a criança, a mulher preparou uma fórmula com nutrientes suficientes para o período em que passaria fora de casa.
Ela diz que chegou a ser criticada pela funcionária do centro de educação por causa da adoção da fórmula. “Você dá essa porcaria pra ela?”, perguntou.
A descoberta, narra a mãe, veio quando foi buscar a filha e encontrou a criança nos braços da funcionária da creche. “Quando eu vi a cena, eu quase caí pra trás de susto. A funcionária da creche estava amamentando a minha filha”.
O Brasil tem a maior rede de leite materno do mundo
Segundo o relato, a contratada voltou a criticar a fórmula adotada pela mãe. “A funcionária da creche disse que estava salvando a minha bebê dos químicos que eu estava tentando forçá-la a tomar e que eu deveria agradecê-la por ter amamentado minha filha todos esses meses”.
A mãe confirma que retirou a criança da creche, mas que gostaria de ouvir opiniões sobre se deveria entrar na Justiça ou não.
O assunto é delicado e paradoxal. Ele envolve a chamada amamentação cruzada e o leite materno. O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) condenam a prática de mães que amamentam filhos de outras que apresentam algum tipo de dificuldade com o aleitamento.
Especialistas alertam para os riscos ao bebê – que pode virar alvo fácil de doenças infecto-contagiosas, entre elas a Aids. Marlene Roque Assumpção, pediatra do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, dá conselhos sobre quais caminhos tomar em situações de impossibilidade de amamentação.
“A primeira orientação é buscar ajuda junto ao seu médico, pediatra ou a unidade onde teve o seu filho. Caso não consiga nenhum auxílio, a mulher pode procurar um Banco de Leite Humano (BLH). No Rio, nós temos 17 bancos e no Brasil, 218. Então, há uma disponibilidade muito grande para ajudá-la”, ressalta ao site da Fiocruz.
A amamentação cruzada não é recomendada por especialistas
Ela explica que a amamentação cruzada é contraindicada por órgãos internacionais desde a década de 1980, sobretudo por causa do surgimento do vírus HIV.
“Com o advento da Aids, a partir de 1985, a amamentação cruzada começou a ser contraindicada. Hoje, a contraindicação formal pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é para o HIV e o HTLV . Se a mãe tiver um desses dois vírus não poderá amamentar. Neste caso, o seu filho terá que ser alimentado conforme indicação do pediatra, conforme a idade que ele esteja”, encerra.
O leite materno é visto como o primeiro alimento funcional do mundo e possui todos os nutrientes necessários para um recém-nascido. O líquido é rico em água, proteínas, em lípidos e uma série de vitaminas e minerais. Além de nutrir, ele afasta os bebês de doenças. O aleitamento é decisivo para a redução da mortalidade infantil. Ele diminui a ocorrência de diarreias e infecções – principais causas de óbitos de recém-nascidos e pode diminuir em até 13% a morte de crianças com menos de 5 anos.
No entanto, como explica a pediatra Marlene Roque Assumpção, é preciso seguir algumas regrinhas de segurança. Nesse sentido, o Banco de Leite Humano é a opção adequada.
“A diferença fundamental do leite do Banco de Leite Humano para o leite doado diretamente por uma outra mãe é que no BLH o leite é tratado, pasteurizado e, por isso, isento de qualquer possibilidade de transmissão de doenças. A mãe não deve amamentar outra criança que não seja o seu filho. Mesmo se esta mãe estiver com os exames normais ou se teve uma gravidez tranquila, ela pode estar em uma janela imunológica, e esse bebê correr o risco de contrair alguma doença”.
O Brasil possui a maior rede de leite materno do mundo. São, como mostra a EBC, 221 unidades e 186 postos de coleta. Apesar da boa estrutura, ainda faltam doadoras. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano supre por volta de 60% da demanda para os recém-nascidos, prematuros e de baixo peso internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais do país. As informações são do Ministério da Saúde.
Em 2017, o Ministério da Saúde lançou a campanha Doe Leite Materno, em parceria com a rede de bancos de leite. João Aprígio, coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano exaltou o caráter solidário da amamentação.
“Nada é mais presente do que o senso de solidariedade de uma mãe que amamenta seu bebê. Se as mães não realizam a doação como a gente precisa, em verdade, é porque nós estamos sendo muito ineficazes no processo de comunicação com essas mães, sequer para apresentar o real significado da necessidade de doação”.
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