Ciência

Pesquisa conclui que maconha passa a ajudar a memória na velhice

06 • 02 • 2019 às 09:29
Atualizada em 08 • 02 • 2019 às 09:48
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Se os efeitos do uso prolongado da maconha sobre nossa memória pode efetivamente ser prejudicial, uma pesquisa realizada por uma universidade alemã concluiu que a idade é um fator determinante para tal equação – e que, sobre usuários mais velhos, o efeito do THC pode ser o contrário, aguçando, impulsionando e melhorando a memória do usuário idoso.

Esse ao menos foi o resultado da pesquisa realizada com ratos por cientistas da Universidade de Bonn. Para tal, o experimento dividiu os animais em três grupos: jovens ratos, ratos na meia idade e um terceiro grupo de ratos idosos. O teste envolvia a capacidade cognitiva e de memória dos animais utilizando pequenos labirintos sob o uso de pequenas doses diárias de THC, a substância responsável pela onda na maconha.

A memória de curto prazo dos ratos jovens ficou prejudicada – efeito que condiz com experimentos similares realizados com seres humanos. Esse, porém, é uma consequência reversível. Surpreendentemente, no entanto, entre os ratos idosos o resultado foi de uma melhor cognitiva sensível, com melhores resultados dentro dos labirintos – tornando o desempenho dos idosos, que antes era consideravelmente pior, tão bom quanto dos ratos jovens.

A sugestão é de que os canabinoides rejuvenesceram a cognição dos ratos. O motivo, segundo os cientistas, estaria na capacidade da maconha de imitar substâncias que nosso corpo produz, processadas pelo sistema endocanabinoide, presente em todos os mamíferos. Se nos jovens, nos quais o sistema funciona bem, o estímulo pode bagunçar a cognição, entre os idosos o THC pode acabar por equilibrar sintomas de declínio cognitivo. A experiência em Bonn foi repetida diversas vezes, sempre com o mesmo resultado. Os cientistas alertam, porém, que a dose de THC era efetivamente pequena – muito abaixo do que ingerimos em um baseado.

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© fotos: divulgação


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