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O pedido por um isqueiro foi o bastante para que a transexual Lua Guerreiro fosse espancada. Era o início de uma sequência de preconceitos, deboche e descaso. Assim como você, Lua estava aproveitando os blocos de Carnaval em Niterói, no Rio de Janeiro.
Fumante, ela pediu o isqueiro ao vendedor ambulante da Praça da Cantareira. Ganhou uma resposta grosseira. Replicou e comentou com amigos sobre o acontecido. Eis que, depois que o grupo tentou conversar com o ambulante, a confusão se instaurou.
A transexual recebeu golpes pelas costas e teve uma cadeira quebrada na cabeça por desconhecidos. Os agressores sumiram com a chegada da polícia. Lua não estava fora de perigo. Pelo contrário.
Transfobia no Carnaval do Rio de Janeiro
“Eu não sei quantos foram. Vieram pessoas aleatórias me agredir também. Quebraram uma cadeira na minha cabeça. A briga só acabou quando a polícia chegou e eu estava ensanguentada no chão”, relatou ao jornal O DIA.
A produtora se tornou alvo de insultos debochados dos policiais. “Alguns policiais estavam fazendo piadas. Enquanto eu tava sangrando, eles tinham discussões triviais com pessoas que passavam na rua e tinham opiniões sobre todo o ocorrido”, explicou ao Universa.
Lua teve respeito, ela diz, apenas no carro do Corpo e Bombeiros. O respiro cessou com a chegada no Hospital Estadual Azevedo Lima, também em Niterói. Falta de atenção, descaso e humilhação, são alguns dos ingredientes. Mesmo ferida na cabeça, ela afirma não ter passado por exames de raio-x ou tomografia.
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“Uma das enfermeiras ficou fazendo piada sobre o ocorrido e sobre o meu nome social, desrespeitando e expondo meu nome de registro. Quando minhas amigas expressaram a indignação delas com esse comportamento, elas foram hostilizadas pela funcionária do hospital”, denunciou.
Lua Guerreiro recebeu pontos na cabeça e foi liberada. Ela tentou prestar queixa na 76 DP e, pasmem, foi colocada na mesma sala de espera dos agressores – rindo com sua situação. Lua desistiu e disse que voltaria outro dia.
A Secretaria de Estado da Saúde informou “que repudia qualquer tipo de intolerância nas suas unidades e que a nova gestão tem como uma de suas principais metas a humanização durante o atendimento. A SES informa que irá apurar com rigor a denúncia e agir de forma exemplar com todos os funcionários envolvidos”.
A Polícia Civil disse ao Universa que está investigando o conteúdo da câmeras de segurança.
“De acordo com informações da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), onde a ocorrência foi registrada, a vítima prestou depoimento e foi encaminhada para exame de corpo de delito. Testemunhas também foram ouvidas e diligências estão sendo realizadas em busca de imagens de câmeras de segurança e informações que levem a autoria do fato. As investigações estão em andamento”.
O Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo. O maior país da América do Sul tirou a vida de pelo menos 868 travestis e transexuais nos últimos oito anos. Os números foram divulgados ONG Transgender Europe (TGEu), em 2016.
Vamos acabar com a transfobia?
Violência, preconceito e exclusão permeiam o caminho dos que pretendem viver em sua plenitude. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) informa que denúncias de ataques contra lésbicas, gays, bissexuais e transexuais e travestis aumentaram 94% no país entre 2015 e 2016. Incluindo abusos psicológicos como os sofridos por Lua em instituições públicas.
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