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Entre as ruas tranquilas que beiram os bairros de Chaná e Cordón, em Montevideo, um achado para passar boas horas. Nos dois sentidos. O Mercado Ferrando é mais que um espaço gastronômico, é um lugar de experiências. Entrar lá pela primeira vez é garantia de não sair tão cedo. Mas cada pequena porta é uma nova chance de descobertas.
É daquele tipo de lugar para chegar sem fome e comer de tudo. Para encontrar um presente lindo para um amigo. Para passar horas num balcão provando infinitos sabores de cervejas artesanais.
Aberto desde o final de 2017, o Mercado nasceu com uma ideia fixa: propostas locais com pensamentos globais. “Sempre quisemos selecionar propostas independentes, pequenos projetos, com os próprios donos atendendo e com uma identidade especial. Vemos as propostas e quem são as pessoas por trás para que tudo se complemente e se alinhe com nossa filosofia”, explica o sócio do espaço, Maxime Degroote.
Ele encontrou o edifício vazio, sem nada construído, lá no final de 2014. Entrou em contato com Perina, que hoje é sua sócia, e começaram a planejar. Foram 2 anos de obra desenhada e acompanhada por Maxime. De ateliê metalúrgico, passou a Mercado Ferrando.
A estrutura de 1878 foi reformada de forma a manter a estrutura original. Esta obra no melhor estilo upcycling tem a ideia também de resgatar o que é a arquitetura original da cidade e não deixar que ela seja derrubada pela especulação imobiliária.
O Mercado Ferrando tem os 2 mil metros entre o que é o pátio, o espaço interno, o mezanino e o estacionamento. Por ali, 19 locais estão em atividade com os mais variados produtos.
Na entrada, como em muitos lugares de Montevideo, já vemos algumas bicicletas estacionadas. Até por essa paixão pelas duas rodas, tinha tudo a ver abrirem uma primeira loja para concerto, compra e aluguel das magrelas, a Bikelovers.
No mais, tudo se relaciona com a gastronomia. Desde a Cilantro, lojinha enlouquecedora de materiais para cozinha e churrasco, até a Librería del Mercado, com publicações sobre o tema. Para começar esse giro, agarramos uma fatia de fainá da Il Gufo. Parada obrigatória para provar esta massa fina e suave, típica do Uruguai, feita de farinha de grão de bico.
Me perdi por horas no bazar de especiarias Samud. Um mundo de aromas em uma pequena portinha dentro do mercado. Descobri ali uma das maiores delícias dos últimos tempos: o alho negro. De origem asiática – esse pessoal sabe comer bem, viu! – o alho passa por um processo de cocção que leva duas semanas. O resultado é um sabor “umami”, ou seja que une matizes doces, salgadas, ácidas e amargas. Além disso, o alho negro é 10 vezes mais antioxidante que o fresco, regula níveis de açúcar, colesterol, hipertensão. O famoso “sem defeitos”.
Outro lugar que me segurou bom um bom tempo foi a mercearia Lutini. Um reino inteiro de queijos, azeitonas e embutidos. Daqueles para montar uma tábua bem colorida, levar para a mesa e passar horas com os amigos. Ah! Ali é tudo orgânico, com opções veganas e sem glúten.
Quem gosta ainda de comidinhas pequenas para provar diferentes sabores pode se jogar na taperia Mundano. De lá saem tapas, tortilhas e todo um repertório de delícias da cozinha espanhola e basca. Para acompanhar, em frente estão as mais de 200 cervejas artesanais uruguaias do bar OPB. Clara, escura, IPA, tirada como chopp ou engarrafada, as possibilidades ali são infinitas.
Num dia de calor, vale provar os sabores frescos da Putaparió com seus tacos e ceviches em um encontro entre México e Peru. Ou ainda uma cumbuca de peixes e vegetais com sabores havaianos da Ola Poke. Para fechar, um smootie da Wuki – mas esta casa de chás oferece ainda sucos e uma variedade de 60 infusões asiáticas, européias e sul-africanas.
Se ainda não te convenci a jantar no Mercado Ferrando, o ateliê de massas artesanais Maffatti vai fazer isso por mim. Não sou especialmente fã de massas recheadas por sempre achar tudo pesado demais. A Maffatti é totalmente fora da curva. Com opções feitas com beterraba, espinafre e uma infinidade de vegetais, as massas são leves e saborosas. Só um pesto basta para ser um dos melhores pratos do mercado. Para acompanhar, um vinho uruguaio, claro! Escolhi uma taça de tannat rosado na Madirán e acabei trazendo a garrafa para o Brasil. Perfeito!
E que tal um docinho para fechar? Entre os lindos sorvetes artesanais da Chelato e os churros e waffles coloridos da Boxes foi difícil decidir. Mas os pães de chocolate do Atelier Cataleya ganham o coração. Quase impossível escolher.
Passando por Montevideo, reserve um fim de tarde para passear entre os sabores do Mercado Ferrando. Ainda dá para ver uma exposição no mezanino enquanto prova as carnes maturadas do Lateral. Ou abrir o computador para trabalhar no pátio enquanto ouve uma boa playlist – ou se der sorte, um DJ tocando ao ar livre. Fui conquistada e agora só quero voltar!
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