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Nesta altura do campeonato você já sabe que Jair Bolsonaro determinou que Ministério da Defesa faça “as comemorações devidas do golpe de 64”. A informação foi passada pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros.
Segundo ele, para o presidente da República, a destituição do presidente João Goulart e o fechamento do Congresso Nacional não podem ser classificados como golpe. Mesmo que o período tenha se arrastado por 21 anos, marcado pela censura, corrupção, tortura, mortes e eleições indiretas.
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Presidente defende a ditadura. Mas e o Brasil de hoje?
“O nosso presidente já determinou ao Ministério da Defesa que faça as comemorações devidas com relação a 31 de março de 1964, incluindo uma ordem do dia, patrocinada pelo Ministério da Defesa, que já foi aprovada pelo nosso presidente”, declarou Rêgo Barros em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
A postura de Jair Bolsonaro não causa surpresa, já que enquanto ocupou o posto de deputado federal, fez questão de defender a ditadura militar, classificada por ele como um ‘regime com autoridade’. Máxima confirmada pelo porta-voz.
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“O presidente não considera 31 de março de 1964 um golpe militar. Ele considera que a sociedade, reunida e percebendo o perigo que o país estava vivenciando naquele momento, juntou-se, civis e militares, e nós conseguimos recuperar e recolocar o nosso país em um rumo que, salvo o melhor juízo, se isso não tivesse ocorrido, hoje nós estaríamos tendo algum tipo de governo aqui que não seria bom para ninguém”.
Ditadura, repressão, mortes e uma conta que o país sofre para pagar
O auge da falta de vergonha de Bolsonaro em expor publicamente sua visão aconteceu durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff. O futuro presidente homenageou a memória de ninguém menos que Carlos Alberto Brilhante Ustra, classificado pela Justiça de São Paulo como torturador.
“Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff’’, bradou em pleno Congresso Nacional.
O coronel é relacionado diretamente com pelo menos 60 casos de morte. Segundo denúncia da Arquidiocese de São Paulo, por meio do projeto Brasil Nunca Mais, entre 1970 e 1974 – período em que Ustra esteve à frente do Doi-Codi em São Paulo, 500 episódios de tortura foram registrados.
A posição evidencia a insistência bolsonarista de dialogar com uma parcela pequena da população. Ao defender um regime que, de acordo com a Comissão da Verdade, matou 434 pessoas, o presidente se afasta de problemas da vida real e mostra não ter planos consistentes para o Brasil do futuro.
São Paulo amanheceu com uma cena digna das décadas de 1980 e 1990, tempo em que o Brasil convivia com o fantasma a inflação e falta de emprego – herança da ditadura militar.
Cerca de 15 mil pessoas estão em uma fila lutando por 6 mil vagas no coração da cidade mais rica do país. O Mutirão do Emprego, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento e Trabalho da Prefeitura de São Paulo e o Sindicato dos Comerciários, oferece vagas para telemarketing, operador de caixa e atendente de loja. Salário, em média, de R$ 1,5 mil.
Anos 1990? Não, desemprego no Brasil de 2019
Reflexo de uma economia hesitante, mesmo que sob direção do Posto Ipiranga, como o presidente batizou o ministro Paulo Guedes. A taxa de desemprego é a maior em sete anos em 13 capitais brasileiras. De acordo com o IBGE, 19 capitais tiveram índices maiores do que a média nacional de 12,3% em 2018.
Embora tenha comemorado a criação de 200 mil postos de trabalho em dois meses, o presidente pouco falou sobre as propostas de governo para frear o avanço de pessoas sem trabalho.
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“É melhor ter menos direito e emprego do que todos os direitos e desemprego”, declarou o militar reformado em evento organizado pela ACRJ (Associação Comercial do Rio de Janeiro) durante a campanha de 2018.
Talvez a menina dos olhos do governo e setores do mercado financeiro cumpra o papel de precarização da vida. A reforma da Previdência, segundo economistas, cairá nas costas dos mais pobres.
“Quando você olha a descrição de onde viria o R$ 1,1 trilhão a ser economizado em 10 anos, 86% sai do RGPS e do BPC. Então como você pode afirmar que a nova Previdência combate privilégios, se ela atinge em cheio dois segmentos que não tem nenhum privilégio? O teto do RGPS é R$ 5.839, o BPC é um salário mínimo (R$ 998). O governo está devendo um cálculo atuarial à sociedade, e ficará claro que a economia virá do corte de benefícios aos trabalhadores de baixa renda”, explicou ao site do Senado Clovis Scherer, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).
Economistas alertam: mais pobres vão pagar a conta da Previdência
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Por exemplo, a PEC apresentada por Bolsonaro criou a idade mínima de 60 anos para aposentadoria de trabalhadores rurais, mas com exigência de 20 anos de contribuição, com novo modelo de recolhimento mensal de dinheiro incompatível com o estilo de vida e produção dos agricultores familiares.
Cerca de 75% da economia de R$ 1,165 trilhão em dez anos virá dos mais pobres, segundo projeções de um grupo de economistas da Unicamp. Trocando em miúdos, R$ 715 bilhões serão tirados de mudanças nas regras de aposentadoria de trabalhadores da iniciativa privada (RGPS) e do campo.
Já os militares enfrentam uma reforma, digamos, mais flexível. Em 10 anos, a previsão é de economia de R$ 10,45 bilhões, oriundos de reestruturação das carreiras. A economia com os verde oliva representa 1% dos mais de R$ 1 trilhão propostos pelo governo federal.
Ou seja, enquanto presidente da República se diverte no Twitter, celebra a ditadura militar e combate o fantasma do comunismo, o Brasil precisa lidar com desemprego, crescimento econômico e qualidade de vida.
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