Diversidade

Como as mulheres estão retomando o espaço nas telas e se tornando protagonistas de suas próprias histórias

12 • 03 • 2019 às 05:18
Atualizada em 12 • 03 • 2019 às 12:30
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Você provavelmente já ouviu falar sobre os irmãos Lumière ou George Meliès, mas será que alguma vez escutou o nome de Alice Guy Blaché por aí? Provavelmente não, mesmo que ela tenha produzido o primeiro filme ficcional da história do cinema.

Apesar de praticamente ter inventado a sétima arte como a conhecemos hoje, seu nome ainda é pouco conhecido e mesmo amantes do cinema podem nunca ter ouvido falar da diretora. Mas seus feitos não foram poucos: além de pioneiríssima e de ter o maior estúdio de cinema antes de Hollywood, Alice também lançou um filme sobre o feminismo em 1906, com homens fazendo tarefas do lar e mulheres bebendo no boteco, e foi responsável pela primeira obra do cinema estrelada por atores negros, em 1912.

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Alice Guy Blaché pode ter sido uma visionária, mas certamente não foi a única. A verdade é que toda mulher tem uma história digna de cinema, embora tenham sido relegadas ao papel de coadjuvantes nas telas por muito tempo.

Por sorte, diversas iniciativas buscam reparar esse erro histórico e devolver a elas o seu lugar de direito – em frente, atrás das telas e onde mais elas quiserem.

Exigência de equidade salarial

Em 2016, Robin Wright (Claire Underwood, em House of Cards) exigiu o que toda pessoa deveria querer: ganhar o mesmo salário que o seu colega de equipe, Kevin Spacey (que foi posteriormente afastado da série devido a escândalos sexuais). O ator recebia um salário significativamente maior do que a colega do sexo feminino. A diferença só foi corrigida após a atriz ameaçar falar sobre a desigualdade salarial.

Se fingir de incompetente é tão exaustivo.

A série The Crown também errou feio ao oferecer um salário maior ao ator Matt Smith em comparação com a atriz Claire Foy, que interpreta apenas a Rainha Elizabeth II. No entanto, os produtores da série afirmam já ter corrigido a discrepância. Recentemente, o ator Benedict Cumberbatch declarou que, em apoio às colegas mulheres, iria negar papéis que não pagassem o mesmo a artistas de ambos os gêneros.

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Produtoras femininas

Se as produtoras convencionais ainda precisam melhorar muito em termos de igualdade, então a mulherada assume o comando de suas próprias produções. Foi assim que surgiu a We Do It Together, com o objetivo de financiar filmes feitos por e com mulheres.

Sem fins lucrativos, ela foi criada por um time de artistas de peso, que inclui Juliette Binoche, Jessica Chastain, Catherine Hardwicke, Queen Latifah, Freida Pinto, Kátia Lund, Chiara Tilesi, Marielle Heller, Amma Asante, Małgorzata Szumowska, Haifaa Al Mansour e Zhang Ziyi.

#MeToo

Com diversos casos de assédio sendo expostos em Hollywood e desmascarando o machismo da indústria cinematográfica, o movimento #MeToo ganhou força e foi até mesmo eleito “a personalidade do ano”, em 2017, pela revista Time.

Toda minha vida eu tive que lutar.

À medida que os abusadores iam sendo denunciados, suas carreiras também desmoronavam, como ocorreu com o ex-produtor de cinema Harvey Weinstein e com o já citado caso do ator Kevin Spacey. Um levantamento aponta que mais de 200 homens perderam seus postos de poder na indústria cinematográfica devido a escândalos denunciados pelo #MeToo.

Prêmios só para elas

Se o Oscar segue ignorando produções femininas, outros prêmios preferem se dedicar exclusivamente a histórias contadas por ou sobre elas. É o caso da premiação brasileira Cabíria, que reconheceu roteiros de cinema centrados em mulheres.

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Mulheres Fazem Cinema

Para celebrar o Dia da Mulher, o Telecine Play se une a estes movimentos e lança a campanha Mulheres Fazem Cinema. A empresa reuniu oito mulherões para contar suas histórias de vida, que poderiam muito bem fazer parte de um roteiro de Hollywood.

O time de entrevistadas contou com a apresentadora Glenda Kozlowski, a cantora Lellezinha, a repórter Andréia Sadi, a diretora de cinema Laís Bodanzky, a atriz Letticia Munniz, e as influenciadoras Thiessita, Nina Gabriella e Josy Ramos.

Em vídeos produzidos para o canal do Youtube do Telecine, elas falam sobre “o que é ser mulher”. Dá o play para conhecer a história da Lellezinha:

Para complementar a ação, o Telecine Play criou também uma playlist dedicada apenas a filmes protagonizados por mulheres. Vem ver!

Leia também: 6 filmes protagonizados por mulheres incríveis para ver ainda essa semana

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Foto em destaque: Reprodução House of Cards


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