Os elefantes africanos são vítimas de caçadores que buscam vender suas presas. Em Moçambique, 90% dos animais da espécie já desapareceram. Agora, a natureza está transformando a aparência destes mamíferos, com muitos filhotes nascendo sem presas.
Durante a guerra civil que assolou o país, o marfim era usado para financiar armas, enquanto a carne dos elefantes servia de alimento aos soldados. O Business Insider lembra que, em lugares como a China, acredita-se que o marfim tenha propriedades médicas. Mesmo que não exista nenhuma evidência científica que comprove essa teoria, o material vale mais do que o ouro no mercado ilegal.
É provável que a mutação genética tenha ocorrido graças a uma vantagem evolutiva daqueles animais que nasciam sem presas. Como não eram caçados, eles tinham mais chances de chegar à idade reprodutiva e gerar descendentes.
O National Geographic Brasil cita uma pesquisa segundo a qual um terço das fêmeas nascidas após o fim da guerra civil em Moçambique não desenvolveu presas. Historicamente, essa característica só aparecia em 2% a 4% da população de fêmeas de elefantes africanos.
Entretanto, este não é o único país em que os animais desenvolveram a mutação. Na África do Sul, 98% das fêmeas do Parque Nacional de Elefantes Addo não possuíam presas no início dos anos 2.000. Em outras áreas, como o Quênia, foi constatada uma diminuição no tamanho da estrutura.
Acredita-se que a característica seja mais visível em fêmeas, pois os machos sem presas não teriam condições de competir entre si para acasalar. Mesmo assim, isso não explica totalmente o porquê da mutação raramente atingir os machos.
Apesar das mudanças, ainda não se sabe ao certo quais os efeitos que o desaparecimento das presas pode acarretar na vida dos animais. Normalmente, as presas são usadas em atividades que envolvem a procura de água ou minerais no solo, descascar árvores para encontrar alimentos e, entre os machos, na competição pelas fêmeas.