Futuro

Ganho de produtividade e liberdade aos funcionários. Por que o trabalho remoto é o presente e o futuro

19 • 03 • 2019 às 13:00
Atualizada em 28 • 05 • 2019 às 10:30
Gabriela Rassy
Gabriela Rassy   Redatora Jornalista enraizada na cultura, caçadora de tendências, arte e conexões no Brasil e no mundo. Especializada em jornalismo cultural, já passou pela Revista Bravo! e pelo Itaú Cultural até chegar ao Catraca Livre, onde foi responsável pelo conteúdo em agenda cultural de mais de 8 capitais brasileiras por 6 anos. Roteirizou vídeo cases para Rock In Rio Academy, HSM e Quero Passagem, neste último atuando ainda como produtora e apresentadora em guias turísticos. Há quase 3 anos dá luz às tendências e narrativas culturais feministas e rompedoras de fronteiras no Hypeness. Trabalha em formatos multimídia fazendo cobertura de festivais, como SXSW, Parada do Orgulho LGBT de SP, Rock In Rio e LoollaPalooza, além de produzir roteiros, reportagens e vídeos.

Novidade para muitos profissionais e empresas, o trabalho remoto vem crescendo e mostrando que veio para ficar. O benefício não se limita simplesmente à flexibilidade para o funcionário, mas representa ainda agilidade e satisfação. A transformação do ambiente de trabalho pelo trabalho remoto foi tema de uma painel dentro do SXSW 2019.

Na conversa, Amy Forbes Winebright, gerente global de projetos da Dell, falou sobre a tendência mundial para trabalhos fora do ambiente convencional do escritório ao lado de Greg Caplan, da Remote Year, e Sara Sutton, da Flex Jobs.

Os números não mentem: o trabalho remoto cresceu 115% na última década, de acordo com uma pesquisa da Flexjobs. Assim, empresas inteligentes sabem que vão perder talentos se não se adaptarem a essa tendência mundial. “Teremos agora em 2020 um desafio de preencher vagas que já existem, mas não temos pessoas qualificadas o suficiente. Qual a solução para ter mais vagas do que pessoas boas para as posições? Trabalho remoto”, diz Amy.

Todos ganham

Os benefícios para ambos os lados – empresas e funcionários – são inúmeros. Só na Dell, a economia com o trabalho remoto chegou a 60 milhões de dólares. “Nós estimulamos os funcionários a trabalharem remotos. Com isso, estamos fechando escritórios caríssimos e 90% acreditam que melhoram seu trabalho. Foram milhões de dólares que não gastamos, fora as enormes emissões de gases que não emitimos”, garante Winebright.


Também presente no SXSW, o vice-presidente responsável por consumidor final e pequenas empresas da Dell no Brasil, Diego Puerta, acredita que os principais benefícios do trabalho remoto são flexibilidade, agilidade e principalmente produtividade. Ele, que trabalha há quase 20 anos remotamente, vê um alcance nunca antes visto nesta forma de produzir. “A tecnologia tem ajudado muito, principalmente hoje com as ferramentas que nós temos disponíveis. Nem as videoconferências do passado te davam tamanha agilidade”, explica.

Diego Puerta, em entrevista ao Hypeness direto de Austin

O conceito de trabalho remoto na Dell é bastante antigo. “Faz parte da nossa cultura. Traz um benefício muito maior para o funcionário. A própria satisfação que gera é muito importante”, disse Puerta.

Amy Winebright viveu isso na pele. Quando engravidou, sentiu necessidade de ficar em casa com seus filhos e isso a afastou do trabalho por 10 anos. Com o trabalho remoto, ela voltou a poder manter a carreira que imaginou no início e renovou as metas de onde queria estar.

“Mas sempre há funcionários que preferem ir ao escritório, verem os parceiros de trabalho, da camaradagem e da vivência”, diz Amy. Para isso, Sutton acredita que o caminho é o diálogo: “é possível fazer um trabalho de modelo híbrido e entender as demandas das pessoas”.

Para quem gosta da vivência de trocas no escritório, existem soluções. Pode haver uma base em que as pessoas podem se encontrar para determinados dias da semana ou fazer brincadeiras online mesmo, como se fantasiar no Halloween ou até das um chá de bebê remoto. “É preciso sair da caixa e usar a criatividade. Perto ou longe, ainda somos pessoas e podemos interagir de diversas formas”, diz Sutton.

Presença x Confiança

Para os três participantes da mesa, existe um mito da produtividade ser maior presencialmente. “As empresas ainda acreditam, baseadas em nenhuma informação, que programas de trabalho remoto só são bons para os funcionários”, comenta Sutton.

Para Greg Caplan, trabalhar das 9h às 17h é criar uma ilusão de que se consegue julgar a qualidade do trabalho. Amy concorda e ainda completa: a mudança precisa começar do topo. “Se os líderes continuam no escritório até 18h, 19h, os funcionários não se sentem na posição de poderem trabalhar remoto”, provoca.

Além de programas específicos para compartilhar tarefas e objetivos, algumas regras podem ser então estabelecidas para a garantia de um bom trabalho. Para as reuniões, por exemplo, Greg acredita na “all or nothing rule” (regra do tudo ou nada). “Ou todos estão na mesma sala ou estão todos logados por videochat. A pior situação é quando tem quatro pessoas numa sala e uma online. As dinâmicas sociais ficam todas deslocadas”, acredita.

As experiências desses três especialistas em trabalho remoto não mentem e a atração dos novos talentos é bem clara. “Os millennials estão dispostos a terem pequenos cortes de salário se puderem ter flexibilidade para realizar o trabalho. É maluco, porque o ponto de trabalhar é fazer dinheiro”, diz Greg.

Obrigada, Dell! Foi uma delícia fazer de Austin nosso novo escritório de trabalho remoto.

Obrigada, Dell! Foi uma delícia fazer de Austin nosso novo escritório de trabalho remoto.

Depois de tudo isso fica a conclusão: ou as empresas entendem que a flexibilidade é uma necessidade ou elas vão perder os melhores talentos. “Uma empresa é boa quando as pessoas são boas”, finaliza Greg.

Hypeness no SXSW 2019, a melhor tecnologia do mundo é a empatia

Pelo segundo ano consecutivo, o Hypeness vai ao SXSW. Esse ano, a Dell embarcou conosco nesse projeto de ir atrás do melhor conteúdo para você. Nossa missão: O que levar do SXSW para melhorar a minha vida e das pessoas que dividem o mundo comigo? 

Que não nos ouçam as ultramáquinas de Inteligência Artificial, mas a única inovação possível é nos humanizarmos cada vez mais. 

Vale muito mais um ser humano que conhece suas potencialidades e seus limites do que qualquer inovação futurística. 

Em nossa nova estadia em Austin, no Texas, queremos abrir ainda mais a cabeça e transformar não só o que o Hypeness entrega para vocês, amigas e amigos leitores. Mas também nossas vidas.

Nossa cobertura é um oferecimento da Dell, que promete inovar a maneira que vemos filmes, séries e esportes com a tecnologia Dell Cinema em seus notebooks.

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Fotos: Yuri Andreoli


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