Debate

Número dois do MEC defende educação pela ‘palavra de Deus’

18 • 03 • 2019 às 12:03
Atualizada em 18 • 03 • 2019 às 12:30
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

O ministro da educação indicou para o posto de número 2 do MEC uma defensora da educação “baseada na palavra de deus”. A pastora evangélica Iolene Lima, ligada à Igreja Batista, disse em uma entrevista de 2014 que “o autor da história é Deus. O realizador da geografia é Deus. O maior matemático foi Deus”.

O ponto de vista da indicada por Ricardo Vélez ao cargo de Secretária Executiva do MEC foi defendido no programa Feliz Cidade, veiculado por um canal evangélico. Durante a entrevista, Iolene revelou os métodos baseados na ‘palavra’ que utilizava no Colégio Inspire – que dirigia em São José dos Campos (SP).

“É uma educação baseada em princípios, ou seja, baseada na palavra de Deus. É uma cosmovisão cristã. O aluno aprende que o autor da história é Deus. O realizador da geografia é Deus. Deus fez as planícies, fez os relevos, fez o clima. O maior matemático foi Deus. Os alunos menores de primeiro ano, o primeiro contato que eles têm com a matemática é pelo livro de Gênesis”.

Educação baseada na ‘palavra de Deus’ fere laicidade do Estado

A educadora postulante ao cargo mais importante depois do ministro da Educação declarou que o “currículo escolar [deve ser] organizado sob a ótica das Escrituras”.

“Elas não limitam o conhecimento, mas é a partir delas que o professor invade as áreas do conhecimento e apresenta o conhecimento formal para os alunos. Somente em Cristo nós podemos educar bem”, sacramentou.

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A tese é permitida sob o ponto de vista religioso. Entretanto, os planos de Iolene de basear a educação em conceitos bíblicos fere o princípio do Estado Laico. Diz o artigo 5º da Constituição Federal.

“De uma maneira geral, o Estado laico é um estado neutro e leigo. O Brasil é considerado um Estado Laico em virtude de dispositivos constitucionais que amparam a liberdade de religião”.

A indicação de Vélez não foi bem recebida por aliados de Olavo de Carvalho

Iolene é ligada à Associação de Escolas Cristãs de Educação por Princípios e nos corredores de Brasília comenta-se que sua indicação para o segundo cargo mais importante do MEC não caiu bem entre aliados Olavo de Carvalho, considerado o guru da gestão Bolsonaro e um dos responsáveis por seis exonerações na pasta em apenas um dia. Iolene Lima assumiu a Secretaria de Educação Básica (SEB) em janeiro.

Mas, de acordo com a coluna Painel, da Folha de São Paulo, o nome da pastora evangélica foi rejeitado pela Casa Civil. Se confirmado, Iolene será a segunda escolha de Vélez a ser barrada no Planalto.

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Fotos: foto 1: Divulgação/foto 2: Marcello Casal Jr/Agencia Brasilê


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